Defesa de Bolsonaro nega participação: "não se achou absolutamente nada"
Julgamento que pode tornar o ex-presidente réu iniciou nesta terça-feira (25)

Foto: Gustavo Moreno/STF
A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) iniciou, nesta terça-feira (25), o julgamento que pode tornar o ex-presidente da República Jair Bolsonaro (PL) réu por tentativa de golpe de Estado em 2022. Durante a sessão, o advogado Celso Vilardi, que compõe a defesa do ex-presidente, afirmou que "não se achou absolutamente nada" contra ele.
O advogado também contestou os pontos da acusação da Procuradoria-Geral da República (PGR) e solicitou a rejeição da denúncia, além de pontuar que Bolsonaro "foi o presidente mais investigado do país".
"Eu inicio a minha sustentação dizendo que o presidente Jair Bolsonaro foi o presidente mais investigado da história do país, uma investigação que perdurou por anos, que começa com o objetivo de chegar a uma live de 4 de agosto de 2021, em que se autoriza a quebra de uma nuvem. Do seu ajudante de ordens, coronel [Mauro] Cid, que hoje é delator, que perdura por meses essa investigação da quebra com vários objetos diferentes", afirmou.
Argumentos apresentados pela defesa de Bolsonaro
- Denúncia baseada apenas na delação de Cid, que deveria ser anulada.
- Ausência de "grave ameaça" em pronunciamentos de Bolsonaro citados na acusação.
- Ausência de conexão com os atos de 8 de janeiro.
- Julgamento deveria ocorrer no plenário do STF.
"Esse crime é impossível, com todo o respeito, falar-se em execução de crime contra o governo legitimamente eleito, que era o dele, o governo legitimamente eleito veio no final do ano de 22, com as eleições, então como se falar em tentativa, em início da execução? E mais, como se falar em início de execução, por pronunciamentos e lives, quando os dois tipos penais têm elementares do típico a violência ou a grave ameaça? Não existia violência nem grave ameaça", finalizou o advogado.
Denúncia
A denúncia de tentativa de tentativa de golpe de estado contra o ex-presidente Bolsonaro e outros 33 envolvidos foi apresentada pela PGR em fevereiro desse ano. Neste julgamento, a Primeira Turma do STF analisa a participação de Bolsonaro e outras sete pessoas, denominado "núcleo crucial".
A PGR pontou a existência de cinco crimes: abolição violenta do Estado Democrático de Direito; golpe de Estado; organização criminosa; dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.