Defesa de Ribeiro pede ao STF anulação de inquérito após considerar gravações 'ilícitas'
Ex-ministro é alvo de investigação sobre suspeitas de irregularidades no MEC
Foto: Agência Brasil
A defesa do ex-ministro Milton Ribeiro pediu, na última terça-feira (5), que o Supremo Tribunal Federal (STF) reconheça como ilícito um áudio no qual o antigo titular do Ministério da Educação disse atender a um pedido do presidente Jair Bolsonaro (PL) ao priorizar prefeituras de amigos de pastores evangélicos na liberação de verbas da pasta.
O pedido foi encaminhado à ministra Cármen Lúcia, relatora do inquérito que tramita no STF contra Ribeiro. A gravação em questão deu origem à investigação que culminou com a prisão do ex-ministro há duas semanas. Segundo os advogados, o áudio é uma prova ilícita "com propósito de vazamento à mídia". Por isso, pedem que toda a apuração seja anulada.
O ex-ministro da Educação disse, em uma conversa gravada, que prioriza a liberação de verbas às prefeituras cujos pedidos foram negociados por dois pastores, segundo reportagem publicada pelo jornal "Folha de S.Paulo". No áudio, o ministro afirmou que atendeu a uma solicitação de Bolsonaro. Além de Milton Ribeiro, que foi exonerado do MEC em 28 de março, também são alvo do inquérito que tramita no STF os pastores Gilmar Santos e Arilton Moura. Com a saída do ministro do cargo, o caso havia deixado a Corte e ido para a primeira instância.
No entanto, a apuração retornou ao Supremo após o Ministério Público Federal (MPF) apontar indícios de vazamento da operação e "possível interferência ilícita por parte do presidente da República Jair Messias Bolsonaro nas investigações".