Defesa de Sergio Moro quer divulgação de vídeo da reunião em que Bolsonaro teria pedido interferência na PF
No último dia 9, o governo entregou o vídeo mas alegou que o material teria também a discussão de assuntos de segurança nacional
Foto: PR
A defesa do ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro confirmou ter assistido, nesta terça-feira (12), ao vídeo da reunião interministerial do último dia 22 de abril, última participação de Moro ainda como chefe da Pasta. O material, segundo eles, confirmaria as declarações de Moro na entrevista coletiva de 24 de abril e no depoimento prestado à Polícia Federal (PF) dia 2 de maio. Em linhas gerais, Moro disse que Bolsonaro queria ter acesso a informações sigilosas da PF sobre investigações baseado em interesses particulares.
"É de extrema relevância e interesse público que a íntegra desse vídeo venha à tona. Ela não possui menção a nenhum tema sensível à segurança nacional”, diz o texto assinado por Rodrigo Sánchez Rios, advogado de Moro.
No último dia 9, o governo entregou o vídeo mas alegou que o material teria também a discussão de assuntos de segurança nacional. Celso de Mello determinou sigilo, mas registrou que, no “momento oportuno”, o conteúdo poderia ser tornado público.
O senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), falou que "o Brasil precisa ter acesso a essas informações". A ex-líder do governo, a deputada federal Joice Hasselmann (PSL-SP), também pediu, pelas redes sociais, que o relator do inquérito, o ministro do Supremo Tribunal Federal, Celso de Mello torne público o teor da reunião. Bem como o deputado federal Marcelo Calero (Cidadania-RJ), que fez o pedido formalmente. "Ingressei ontem com petição ao Ministro Celso de Mello solicitando que ele dê publicidade integral ao vídeo da reunião ministerial de 22 de abril, em que Bolsonaro deixou clara suas intenções de interferência na PF. O Brasil precisa conhecer a verdade!", colocou o parlamentar.
O governador do Maranhão, Flávio Dino, destacou a legislação penal brasileira: "quando um agente público edita um ato administrativo para atender a interesse pessoal perpetra o crime de prevaricação. E quando embaraça investigações configura-se o crime de obstrução à Justiça". A postagem nas redes do governador não cita diretamente o exemplo de Jair Bolsonaro.