Defesa de subtenente acusado de participar de tentativa de golpe nega vínculo com Bolsonaro
Advogada afirma que Giancarlo Rodrigues “apenas cumpria ordens legais”

Foto: Gustavo Moreno/STF
A defesa do subtenente do Exército Giancarlo Rodrigues afirmou nesta terça-feira (14) que o militar não possuía qualquer ligação com o ex-presidente Jair Bolsonaro e que “apenas cumpria ordens legais”. Rodrigues é um dos denunciados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por suposta participação em uma tentativa de golpe de Estado articulada durante o governo Bolsonaro.
O militar integra o chamado núcleo 4 da trama, que começou a ser julgado nesta terça-feira pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo a denúncia, ele teria atuado na “Abin paralela”, grupo coordenado pelo então diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Alexandre Ramagem, que utilizava a estrutura do órgão para monitorar e obter informações de forma irregular.
A advogada de defesa, Juliana Rodrigues Malafaia, contestou a versão do Ministério Público e afirmou que o cliente não tinha envolvimento com os demais acusados. “Ramagem, o delator Mauro Cid e as duas testemunhas de acusação desse núcleo não conhecem Giancarlo, os outros corréus dos outros núcleos não conhecem Giancarlo. E além disso, Giancarlo não conhecia Jair Bolsonaro e não conhecia ou tinha qualquer relação com Ramagem”, declarou.
De acordo com a PGR, Rodrigues e outro denunciado, Marcelo Araújo Bormevet, teriam agido de forma coordenada com o núcleo central da organização criminosa, disseminando notícias falsas com o objetivo de enfraquecer instituições democráticas. A defesa, porém, nega a acusação.
“Giancarlo comprovadamente não se associou com quem quer que seja nesse núcleo”, afirmou Juliana. “Inexistiu estrutura ordenada ou divisão de tarefas”, completou.
A advogada também argumentou que a PGR não apresentou provas de que o militar tenha cometido os crimes apontados na denúncia ou feito uso de armas em suas ações.