Déficit primário do setor público brasileiro atinge quase R$ 49 bilhões em junho
Resultado negativo preocupa economia e representa o pior desempenho para o mês desde 2021
Foto: Reprodução/ Agência Brasil/Antonio Cruz
O setor público brasileiro enfrentou um cenário desafiador em junho, com o registro de um saldo negativo recorde no déficit primário. De acordo com o Banco Central, o déficit atingiu a marca de R$ 48,889 bilhões, tornando-se o pior desempenho para o mês desde o ano de 2021, quando o déficit foi de R$ 65,508 bilhões. A série histórica iniciada em dezembro de 2001 não havia apresentado um resultado tão negativo para o mês de junho.
Esse resultado representa a diferença entre receitas e despesas do setor público, excluindo os juros da dívida pública. No mesmo mês, o governo central apresentou um déficit de R$ 46,5 bilhões, enquanto os governos regionais (estados e municípios) contribuíram negativamente com R$ 927 milhões. As empresas estatais também registraram déficit de R$ 1,492 bilhão.
No acumulado do primeiro semestre, as contas do setor público consolidado somaram um déficit primário de R$ 20,369 bilhões, o equivalente a 0,39% do Produto Interno Bruto (PIB). Até maio, o acumulado do ano estava em campo positivo, de R$ 28,529 bilhões. Entretanto, apenas em junho, o déficit primário foi de R$ 48,899 bilhões. Essa situação decorreu principalmente do saldo negativo de R$ 42,327 bilhões do governo central no primeiro semestre.
Os governos regionais, por outro lado, apresentaram superávit de R$ 25,291 bilhões no período, com os estados registrando superávit de R$ 23,789 bilhões e os municípios com saldo positivo de R$ 1,502 bilhão. As empresas estatais registraram déficit de R$ 3,333 bilhões até junho.