Degelo das calotas polares ocorre 6 vezes mais rápido que nos anos 90
Cientistas dizem que perda de gelo é resultado do aquecimento global
Foto: Alan Arrais/ Agência Brasil
As grandes camadas de gelo da Terra, a Groenlândia e Antártica, estão derretendo seis vezes mais rápido do que na década de 1990, como resultado do aquecimento global. De acordo com cientistas, a perda de gelo é consequência do pior cenário de aquecimento climático estabelecido pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC).
Entre o ano de 92 e 2017, a Groelândia e a Antártica perderam cerca de 6,4 milhões de toneladas de gelo, o suficiente para elevar em 17,8 milímetros (mm) o nível do mar. Sem a diminuição nas emissões de carbono, o mar pode subir o nível e deixar 400 milhões de pessoas expostas a inundações costeiras anualmente, até o fim do século.
O aumento do nível do mar é um dos impactos mais preocupantes, a longo prazo, da crise climática. Em 2010, a perda média anual de gelo na Groenlândia e na Antártida foi de 475 mil milhões de toneladas, seis vezes maior do que os 81 mil milhões de toneladas perdidas por ano nos anos 90. Entre 1992 e 2017, no total, as duas calotas polares perderam 6,4 toneladas de gelo, sendo a Groenlândia a responsável por 60% desse valor.
Aquecimento global
O cientista Erik Ivins, do Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa, a agência norte-americana, na Califórnia, disse que o “o gelo perdido é um sinal claro do aquecimento global”.
Uma equipe de 89 cientistas de 50 organizações internacionais, realizaram uma análise onde juntaram e compararam os resultados de 26 pesquisas sobre gelo. O estudo incluiu dados de 11 missões de satélite que investigaram o volume variável, a velocidade do fluxo e a massa das camadas de gelo.
De acordo com ele, “cerca de um terço do aumento total do nível do mar deve-se à perda de gelo da Groenlândia e da Antártida”. E pouco menos da metade vem da expansão térmica da água quente do oceano e um quinto de outras calotas menores.