"Não tenho nada a temer", diz delegado investigado por desvio de fuzis apreendidos em operação na BA

O delegado coordenador do Departamento de Polícia Metropolitana de Salvador (Depom), Nilton Tormes, alvo de investigação por suspeita de envolvimento em desvio de fuzis, disse que ficou surpreso ao ser comunicado sobre o inquérito e que vai colaborar com a investigação [veja posicionamento do delegado completo no final da matéria].

Segundo a Polícia Civil, agentes passaram a ser investigados após uma denúncia feita à Corregedoria da instituição. Na última sexta-feira (21), mandados de busca e apreensão foram cumpridos e as investigações seguem em sigilo.

Nilton Tormes. Foto: Reprodução/TV Bahia

Denúncia

As armas apreendidas em uma operação realizada na cidade de Lauro de Freitas, na Região Metropolitana de Salvador (RMS). O arsenal foi encontrado em uma área de matagal, na localidade de Caji. À época, a equipe policial divulgou que foram apreendidos seis fuzis, uma submetralhadora, mais de mil munições, além de drogas. No entanto, a denúncia indicou que havia pelo menos 20 fuzis no local, além de pistolas.

A denúncia ainda aponta para o desaparecimento de joias e dinheiro que estavam no local alvo da ação.

O que diz o delegado

"Primeiramente, é importante ressaltar que o objeto da investigação se refere a uma operação oficial da Polícia Civil do estado da Bahia, que contou com a autorização da instância superior, com a participação de policiais do Depom e da Coordenação de Operações e Recursos Especiais (Core). Essa operação, inclusive, foi amplamente coberta pela mídia nacional devido ao sucesso na recuperação de armas de fogo de grosso calibre, drogas e munições.

Diante dessas circunstâncias — especialmente considerando o resultado positivo da operação e a atuação efetiva de órgãos e autoridades máximas da SSP-BA — recebi com surpresa o início da investigação, mas sempre respeitei a opção político-institucional.

Continuo colaborando ativamente com a investigação, uma vez que não tenho nada a temer. Assim, espero que a apuração revele a regularidade do meu exercício da função pública ao longo de mais de 20 anos na Polícia Civil, e que a verdade dos fatos aparecerá demonstrando a idoneidade que sempre me pautou. Por fim, é importante esclarecer que o objeto da investigação não envolve a apuração de homicídio. Destaco que atuo na condição de testemunha do Ministério Público nos autos que tramitam e julgarão o referido homicídio".