Delgatti Neto afirma que marqueteiro de Bolsonaro pediu que ele criasse 'código-fonte falso' para apontar vulnerabilidade na urna eletrônica
O hacker depõe nesta quinta-feira (17) à CPMI do 8 de Janeiro
Foto: Geraldo Magela/Agência Senado
O hacker Walter Delgatti Neto disse em depoimento à CPMI do 8 de Janeiro, nesta quinta-feira (17), que durante uma reunião com assessores de campanha do então presidente Jair Bolsonaro (PL), em outubro de 2022, foi aconselhado a criar um "código-fonte falso" para apontar que a urna eletrônica era vulnerável a fraude.
Aos parlamentares, o hacker afirmou que a ideia teria partido do marqueteiro de Bolsonaro, Duda Lima, e que a reunião contou com o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, a deputada Carla Zambelli (PL) e outras pessoas ligadas à política.
"A segunda ideia era no dia 7 de setembro, eles pegarem uma urna emprestada da OAB, acredito. E que eu colocasse um aplicativo meu lá e mostrasse à população que é possível apertar um voto e sair outro", disse Delgatti.
"O código-fonte da urna, eu faria o meu, não o do TSE. Só mostrando, a população vendo que é possível apertar um voto e imprimir outro. Era essa a ideia."
Apesar da proposta supostamente feita por Duda, Delgatti garantiu que não chegou a operar com o código-fonte original do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). "Eles queriam que eu fizesse um código-fonte meu, não o oficial do TSE. E nesse código-fonte, eu inserisse essas linhas, que eles chamam de 'código malicioso', porque tem como finalidade enganar, colocar dúvidas na eleição."