Política

"Demora da vacina é maior erro político de Bolsonaro", diz Rodrigo Maia

Segundo o presidente da Câmara, situação pode impactar o projeto de reeleição

Por Da Redação
Ás

"Demora da vacina é maior erro político de Bolsonaro", diz Rodrigo Maia

Foto: Agência Brasil

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse em entrevista ao Estadão que o maior erro político cometido pelo governo até agora foi não se preparar para comprar a vacina contra a Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus. “Isso pode impactar o projeto de reeleição. Esse é o tema que pode gerar o maior dano de imagem. As pessoas estão começando a entrar em pânico, em desespero”, disse. 

“Eu disse ao presidente que o Congresso e o governo deveriam construir um caminho sobre a questão da vacina. Não é possível que daqui a pouco vai ter brasileiro viajando ao exterior para tomar a vacina, e a maior parte da população aqui sem vacina, com os leitos lotados, com a taxa de letalidade aumentando por falta de leitos. Precisa de uma solução imediata, que o governo recupere os meses perdidos”, continuou.

“Quando começar a crescer muito o número de internados na UTI, você tem que ter ações por parte dos municípios, estados e da União, para evitar a circulação. Reduzindo o número de pessoas nos hospitais, você pode reabrir. Eu não falo de lockdown, eu falo: se no Rio de Janeiro tem 99% dos leitos ocupados, você tem que ter uma ação do prefeito e do governador demais restrições”, completou.

Ainda em entrevista, Maia, que está prestes a terminar o mandato como presidente da Câmara, disse que o governo está criando um “balcão” de negócios na Câmara para eleger o seu sucessor. Segundo ele, o ministro da Economia, Paulo Guedes, se engana ao imaginar que Bolsonaro interfere na disputa no Congresso, marcada para fevereiro de 2021, porque quer tocar as reformas. “Bolsonaro quer tocar a agenda ideológica”, afirmou.

Sobre ter sido infectado pela Covid-19, Maia disse que passou dias muito difíceis com o pulmão bastante contaminado. “Fiz fisioterapia pulmonar todos os dias. Quase fui internado. Para quem tem sintomas, não é uma doença simples. E eu tive o atendimento de hospital privado, talvez da melhor médica do Brasil nessa área. Mas a maioria da população não tem a mesma estrutura. Por isso que todos os procedimentos de máscara, de álcool em gel, de algum isolamento em algum momento é importante para que a gente não tenha a rede pública de saúde sem estrutura”, disse.
 

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