Brasil

Denúncia de violência contra idosos cresce 81% durante a pandemia

Ministério da Família e Direitos Humanos recebeu mais de 87 mil denuncias de violência em 2020

Por Da Redação
Ás

Denúncia de violência contra idosos cresce 81% durante a pandemia

Foto: Reprodução/Secretaria de Justiça e Cidadania - DF

O número de denúncias de violência contra idosos recebidas pelo Disque 100, canal de atendimento do Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos (MMFDH) em 2020 chegou a marca de 87.907 registros. Um crescimento de 81% em consideração a 2019 (48.446).  

Esse é o maior volume de notificações já computadas no país, de acordo com a série histórica, iniciada em 2011. Em um ano marcado pela pandemia da Covid-19 e as restrições econômicas, o confinamento levou muitas famílias convivam no mesmo ambiente, quase sem interrupções.

É diante dessas condições que muitos abusos e violências são cometidos. O levantamento também revela que quase metade (48%) das agressões são praticada pelos próprios filhos. Os netos aparecem logo depois, responsáveis por 6% das violências denunciadas.

O Rio de Janeiro foi o estado que apresentou mais denuncias, com 76,4 denúncias feitas a cada 100 mil habitantes, segundo a base de dados do MMFDH, obtida pelo site Metrópoles por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI). Já a Bahia, por sua vez, apresenta 23,4 registros a cada 100 mil habitantes.

“Eles são adultos e têm uma história. Ir para a Justiça, denunciar a família, é muito difícil. Muitas vezes, eles não querem expor a situação, pois é também a exposição deles, dos filhos, da família que eles criaram. É um sofrimento calado”, frisa a presidente do departamento de Gerontologia da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG), Vania Heredia.

No último dia 15, a Câmara dos Deputados aprovou o projeto de lei que estabelece o aumento de pena para crimes de maus-tratos, abandono de incapazes e violência contra crianças e idosos. A proposta, de autoria do deputado Hélio Bolsonaro (PSL-RJ), foi impulsionada após o caso do menino Henry Borel. Para Juliano Dessimoni, promotor de Justiça do Estado de São Paulo, a alteração nos textos normativos é algo histórico na legislação brasileira.

No entanto, o especialista questiona se o aumento da pena é uma alternativa mais eficiente do que outras medidas, como diagnóstico das razões para esse tipo de violência. “Não adiantará ter penas mais duras se não for possível identificar as razões e aumentar os canais de denúncias para que essas situações não se repitam”, salienta. 

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