Desemprego cairá para um dígito no fim do mandato de Bolsonaro, afirma Marinho
Secretário especial de Previdência e Trabalho classificou o desemprego como uma questão estrutural
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
O secretário especial de Previdência e Trabalho, Rogério Marinho, afirmou em entrevista ao jornal Valor Econômico, que o desemprego deve cair em ritmo lento para o campo de apenas um dígito no fim do mandato de Bolsonaro. Ele ressaltou que ainda continuará em um patamar elevado na casa dos 9,5%.
“A questão do desemprego no Brasil hoje tem muito mais a ver com uma questão estrutural. Não é uma questão simplesmente de oferta e de procura. Há uma mudança no perfil do mercado de trabalho. É por isso que a queda dos índices tem sido tão gradual. Nós imaginamos que em 2022 gente deve recuar para menos de um dígito. Mas nada de espetacular. Alto. Uns 9,5%. Vai depender muito do crescimento econômico. Se a gente tiver mesmo 2,5% a 3% nos próximos três anos, essa mudança pode ser mais intensa", destacou.
Marinho reconheceu que não foi de ‘bom tom’ a ideia de taxar em 7,5% os pagamentos do seguro-desemprego para financiar a desoneração de folha do primeiro emprego, batizado de Contrato Verde Amarelo. A ideia do governo para resolver tal impasse era o tributo sobre transações financeiras, mais amplo que a CPMF. A questão, diz o secretário, é saber se a ideia está madura a ponto de ser aceita pela sociedade.
Reforma da Previdência
Ele falou sobre a Reforma da Previdência, que classificou como fundamental na reestruturação do sistema previdenciário. "Foram quatro projetos de lei aprovados e convertidos no Congresso Nacional. Todas as atenções se voltaram para PEC [Proposta de Emenda à Constituição], mas ao mesmo tempo combatemos fraudes, cobramos dívidas e levamos em consideração a capacidade contributiva da sociedade brasileira e a uniformização dos procedimentos. Juntas, essas medidas geram R$ 1,159 trilhão", pontuou.