Desigualdades afetam educação de crianças afrodescendentes na América Latina
Em estudo, Banco Mundial aponta necessidade de combater o racismo
Foto: ONU Info / Esther N’sapu
Um estudo do Banco Mundial, realizado em 10 países da América Latina, revela que crianças e jovens afrodescendentes enfrentam oportunidades desiguais na educação. Entre esses estudantes, é maior a probabilidade de abandonar o sistema educacional precocemente. E, ao chegarem ao mercado de trabalho, conquistam retornos muito menores em relação aos anos investidos em educação.
Na América Latina, segundo o estudo, há aproximadamente 34 milhões de descendentes de africanos em idade escolar. Quase um em cada cinco abandona o sistema educacional antes de concluir o ensino fundamental, o dobro da média da região. Além disso, afrodescendentes com 25 anos ou mais representam um quarto da população latino-americana.
Porém, somente 12% das pessoas com ensino superior são afrodescendentes. Flavia Carbonari, coautora do estudo, explica de que forma as escolas se tornam um ambiente hostil a crianças e jovens negros.
“Isso vai desde o tratamento dado por professores e dinâmicas, entre os próprios alunos, que refletem o racismo que ainda persiste na nossa sociedade, como na maneira como os afrodescendentes são representados nos livros didáticos, que raramente representam as contribuições e aspirações da população”, afirmou.