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Dia da Mata Atlântica: Bahia é um dos cinco estados com maior índice de desmatamento entre 2020 e 2021

Apesar do desmatamento, estado é rico em ter espécies que não existem em nenhum lugar do planeta

Por Da Redação
Ás

Dia da Mata Atlântica: Bahia é um dos cinco estados com maior índice de desmatamento entre 2020 e 2021

Foto: Reprodução/USP

O Dia Nacional da Mata Atlântica é celebrado nesta sexta-feira (27), mas não há muito o que festejar. O desmatamento segue em crescimento no Brasil, até mesmo em estados que estavam próximos de acabar com a prática. Para entender mais sobre o tema, o Farol da Bahia conversou com a bióloga Jéssica Oliveira.

"A Mata Atlântica é composta de inúmeros ecossistemas florestais, com enclaves e interpenetrações de outros ecossistemas não florestais, como mangues e restingas, por exemplo. Na Bahia, a Mata Atlântica ocorre essencialmente na faixa litorânea (normalmente de 50 - 100km de largura), sendo substituído no interior do estado por vegetação dos biomas de Caatinga e Cerrado", explica. A Bahia é o único estado brasileiro que possui cinco biomas diferentes: Cerrado, Caatinga, Mata Atlântica e mais os biomas Costeiro e Marinho. 

O Atlas da Mata Atlântica, divulgado na quarta-feira (25), revelou que a destruição desse bioma, rico em formações florestais densa e fechada que corresponde a mais de 10% do território brasileiro, teve uma alta imensa entre 2020 e 2021, chegando a 21.642 hectares de destruição - o equivalente a uma cidade de Recife, capital de Pernambuco.

A cifra foi a mais alta registrada desde 2016, representando um aumento de 66% com relação a 2019-2020, quando foram desmatados mais de 13 mil hectares. Nesse cenário, 89% do desmatamento registrado entre 2020 e 2021 esteve concentrado em cinco estados, incluindo o território baiano: Minas Gerais (9.209 ha), Bahia (4.968 ha), Paraná (3.299 ha), Mato Grosso do Sul (1.008 ha) e Santa Catarina (750 ha).

"A Mata Atlântica, assim como os outros biomas brasileiros, tem sofrido com as crescentes demandas humanas como expansão imobiliária, implantação de lavouras, implantação de pastagens e implantação de empreendimentos, sejam eles indústrias ou empreendimentos para geração de energia. O que, consequentemente, ocasiona em perda de cobertura vegetal, perda de diversidade de animais e plantas e desequilíbrio ambiental", destaca a bióloga Jéssica Oliveira. 

Em sua análise, é possível ter uma visão bem próxima sobre esse desmatamento na Bahia, quando se olha para o litoral baiano. "Por exemplo, se analisarmos a linha verde, vemos a grande quantidade de condomínios que estão sendo implantados e quando comparamos com 10/20 anos atrás nos damos conta do quanto de vegetação foi perdida. Hoje a área ambiental enfrenta um grande desafio quando se fala em sustentabilidade. Não se pode impedir o progresso, entretanto, é necessário o desenvolvimento de estratégias que permitam o crescimento  das diversas áreas de forma sustentável, ou seja, se desenvolver sem que haja o esgotamento dos recursos naturais", defende.

Contudo, apesar do desmatamento e desequilíbrio ambiental, a Bahia segue mantendo sua riqueza de fauna e de flora. "Mesmo com sua área reduzida nas últimas décadas, ainda abriga uma grande diversidade de fauna e flora, possuindo mais de 20 mil espécies de plantas, mais de 260 espécies de mamíferos, 600 espécies de aves, 200 espécies de répteis e 280 espécies de anfíbios. Além da grande diversidade, o bioma apresenta ainda um grande número de endemismo de espécies - espécies que não existem em nenhum outro lugar do Planeta", afirma.

Desmatamento

Ainda de acordo com o Atlas referente aos anos de 2020 a 2021, até mesmo os estados que estavam se aproximando do fim do desmatamento, como São Paulo, Rio de Janeiro, Sergipe e Pernambuco, que voltaram a registrar alta no período analisado.

O estado com maior percentual de mata desmatada foi Goiás com um aumento de 1.350% (7 hectares desmatados em 2019-2020 contra 105 hectares em 2020-2021), seguido por Pernambuco, que registrou alta de 569% (38 hectares em 2019-2020 contra 255 em 2020-2021), e Alagoas, com alta de 302% (7 hectares de desmatamento registrado em 2019-2020 para 26 hectares em 2020-2021).

Dos 17 estados, somente dois, Ceará e Santa Catarina, apresentaram redução nos índices de desmatamento. 
 

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