Dia das mães à distância

O mundo às avessas devido à pandemia da covid-19 enfrenta mais um dilema, desta vez, no que diz respeito às comemorações no Dia das Mães. Em qualquer circunstância, a distância deve ser a regra para expressar os sentimentos e, numa data que impulsiona beijos e abraços, são as palavras que devem ser as protagonistas da afetividade. 

Longe do afago, filhos e mães têm a tecnologia para fazer algo especial, muito mais do que o singelo e sempre relevante ‘parabéns’ ao telefone quando estão separados por alguns ou muitos quilômetros.

Num momento em que somos bombardeados por incertezas quanto à flexibilização da quarentena ou da virada de jogo da humanidade diante da doença, datas comemorativas parecem ganhar mais sentido. 

À distância, como não lembrar, agradecer e sentir saudades das manhãs do domingo de Dia das Mães para a entrega de uma flor, um presente ou um carinho, e ver na mamãe o sorriso eternamente reconfortante e seguro? Era a certeza de um dia especial que estava apenas começando.

Dia das Mães é o domingo de um almoço diferente. Às vezes com mais cadeira à mesa, na companhia de avós, tias, primas, com comidas afetivas e que levam a cabo o conceito de refeição – comer é um ato agrícola e social. Repartir, conversar, rir, observar e oferecer às mães o agradecimento pelo que fazem, por tudo que representam e pelo enorme fardo que certamente sustentam dia após dia. 

Hoje, com diversas famílias separadas por um incógnito vírus que ainda custa a ser abatido, esta refeição coletiva e à distância pode, sim, ser possível. De seu isolamento, prepare algo, chame sua mãe em uma videoconferência, envie-a uma foto deste momento ou reserve em silêncio uma reflexão a ela. 

Tenha certeza, a mamãe estará contigo presente em qualquer Dia das Mães. Quando a reencontrá-la, faça deste dia – do outro e do outro – mais um dia dela.