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Saúde

Dia Mundial da Saúde: número de usuários de planos de saúde cresce durante a pandemia

Apesar das dificuldades, acesso à saúde tornou-se prioridade de muitos brasileiros

Por Ane Catarine Lima
Ás

Dia Mundial da Saúde: número de usuários de planos de saúde cresce durante a pandemia

Foto: Agência Brasil

A pandemia da Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, impactou fortemente o orçamento da família brasileira. No entanto, apesar das dificuldades, boa parte da população tem priorizado manter as despesas relacionadas à saúde. Um levantamento feito pela Associação Nacional das Administradoras de Benefícios (Anab) considerou, por exemplo, que ter um plano de saúde se tornou uma das maiores prioridades do brasileiro em 2021.

Para 81% da população, segundo a pesquisa, a crise causada pela pandemia fez aumentar o receio do acesso a tratamentos médicos e, consequentemente, a preocupação com o acesso à saúde. O levantamento revelou, ainda, que a decisão de adquirir um plano de saúde está diretamente ligada ao sentimento de segurança do beneficiário, que em muitos casos teve medo de contrair o novo coronavírus no momento mais crítico da pandemia.

A analista de telemarketing Thainá Souza, de 27 anos, contou ao Farol da Bahia que contratou um plano durante a pandemia. Segundo ela, o benefício é uma espécie de salvaguarda em casos de necessidade.

“No início da pandemia, eu fiquei muito assustada com tudo que estava acontecendo. Muitas mortes, muita miséria. As unidades de saúde sempre lotadas e a falta de atendimento no sistema público, sem dúvidas, foram os fatores que me levaram a contratar um plano. É uma segurança a mais. Tive medo de morrer por falta de atendimento. Eu precisei reduzir gastos dentro de casa para dar prioridade ao benefício, mas não me arrependo”, afirmou Thainá. 

O crescimento da busca pela saúde privada no Brasil pode ser explicado, sobretudo, pela necessidade de atendimento em casos de urgência. Dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), divulgados na última terça-feira (5), mostram que os planos de assistência médica alcançaram 49 milhões de beneficiários em fevereiro deste ano. Nos planos médico-hospitalares, em um ano houve crescimento de 1.459.702 beneficiários. 

Esse número é o equivalente a 3,06% de aumento em relação a fevereiro de 2021. No comparativo de fevereiro de 2022 com janeiro de 2022, o crescimento foi de 71.925 usuários. Em entrevista ao Farol da Bahia, o clínico geral Dr. Diogo Mendonça reforçou que a maior demanda por planos de saúde está diretamente relacionada ao medo gerado pela Covid-19.  No Dia Mundial da Saúde, celebrado nesta quinta-feira (7), ele também chamou atenção para a falta de cuidados com a saúde durante a pandemia. 

“Com a mudança repentina e brusca do estilo de vida, as pessoas sentiram na pele o medo de morrer ou o medo de ficar com alguma sequela por conta da Covid-19. Isso tudo porque muitos vivenciaram perdas de pessoas queridas em um pouco espaço de tempo, sem a oportunidade de um tratamento específico. Estamos falando de uma doença que, na verdade, ainda não se sabe a cura definitiva. É um vírus e nós vamos ficar fazendo o tratamento sempre. Então, as pessoas tiveram medo e receio”, disse o especialista.

“Toda essa realidade fez com que as pessoas buscassem planos de saúde e atendimentos médicos particulares. Nesse período, por exemplo, os atendimentos virtuais ficaram mais frequentes por conta da alta demanda. As pessoas pensaram realmente que seria o fim de muita coisa e se desesperaram. Como a pandemia de certa forma desencadeou um medo, essas pessoas buscaram alternativas. Quem tem mais condições foi atrás de um plano de saúde”, completou. 

Apesar de boa parte dos brasileiros estarem preocupados com o acesso à saúde, Diogo Mendonça reforçou o aumento de doenças devido à falta de cuidado. “Em tese, com a pandemia, os brasileiros deveriam ter um pouco mais de cuidado com a saúde. Na realidade, entretanto, isso não aconteceu. Nós vimos, por exemplo, os excessos nas alimentações, a falta de atividade física e o desenvolvimento de problemas psicológicos e psiquiátricos”, explicou o clínico.

“Então, a pandemia poderia trazer essa reflexão para todos nós: de que a vida passa muito rápido. Em muitos casos, o excesso de medo gerou uma espécie de relaxamento com o cuidado com a saúde”, concluiu. 


 

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