Dia Nacional de Combate à Discriminação Racial: pesquisa por "racismo estrutural" cresce mais de 1.400%
No Brasil, a Bahia foi o estado que fez mais buscas pela palavra racismo

Foto: Pexels
As buscas na internet por “racismo estrutural” cresceram mais de 1.400% nos últimos três anos, em comparação aos anos anteriores. O levantamento é do Google para o Dia Nacional de Combate à Discriminação Racial, celebrado neste domingo (3). Atualmente, o Brasil ocupa o 5º lugar entre os países que mais buscaram pela palavra “racismo”. Ficou atrás apenas da Bolívia, Canadá, Estados Unidos e Reino Unido.
A Bahia, que possui a maior população negra do Brasil, foi o estado que mais buscou por "racismo" no país. Logo depois estão os estados do Maranhão, Amapá, Distrito Federal e Pará. Já Santa Catarina, Paraná e Rondônia são os que menos buscaram o assunto nos últimos 12 meses.
Segundo os dados, até o ano de 2018, a pesquisa pela expressão “racismo estrutural” era baixa, menos de um terço do índice máximo de interesse. O cenário mudou em 2020, com o assassinato de George Floyd, morto por um policial em Minneapolis, nos Estados Unidos.
A morte de Floyd reacendeu o movimento Black Lives Matter (Vidas Negras Importam, em tradução livre) e teve repercussão internacional. No Brasil, em novembro do mesmo ano, o assassinato de João Alberto Silveira Freitas, em um estabelecimento do Carrefour em Porto Alegre por seguranças do local também impulsionou as pesquisas dos brasileiros sobre os termos.
A última edição do Anuário Brasileiro de Segurança Pública mostra que a violência no Brasil é mais direcionada à população negra. De acordo com o levantamento, policiais mataram 6,1 mil pessoas em 2021, uma queda de 4,9% em comparação ao ano anterior. Porém, entre negros o índice subiu 5,8%, enquanto para pessoas brancas caiu em 31%.
Segundo o levantamento, expressões como "lei de racismo", "crime de racismo" e "casos de racismo" também estiveram entre os termos mais buscados.