Dias depois do Nobel da Paz para opositora, Maduro fecha embaixada da Noruega
Em comunicado, regime do presidente destaca “reestruturação” do serviço exterior e não relaciona medida à premiação de María Corina

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil e Reprodução/Redes Sociais
Três dias depois da líder opositora María Corina Machado ser premiada com o Nobel da Paz, o regime de Nicolás Maduro anunciou o fechamento da embaixada da Venezuela na Noruega, alegando uma "reestruturação" no serviço exterior do país.
Em comunicado publicado nesta segunda-feira (13) pelo chanceler venezuelano Yván Gil, Caracas diz que “o objetivo central desta reorganização é otimizar os recursos do Estado” e redefinir a presença diplomática da Venezuela “para fortalecer as alianças com o Sul Global”.
“Como parte da redesignação estratégica de recursos, determinou-se o fechamento das embaixadas no Reino da Noruega e na Austrália. As relações bilaterais e o atendimento consular nestes países serão levados a cabo de maneira eficiente através de missões diplomáticas cumulativas”, disse o comunicado.
Além do fechamento das embaixadas venezuelanas nos dois países, a chancelaria venezuelana também anunciou a abertura de missões diplomáticas no Zimbábue e em Burkina Faso, argumentando que servirão como "plataformas" para a cooperação entre os países em áreas como mineração e energia.
No texto, o regime venezuelano não faz qualquer alusão à outorga do prêmio para a líder opositora, na última sexta-feira (10), pelo comitê norueguês do Nobel da Paz.
“Estes esforços se enquadram nos princípios irrenunciáveis de autodeterminação e respeito ao direito internacional”, destaca o texto.
O comunicado ainda destaca que as mudanças refletem a vontade de "defender a soberania nacional e contribuir ativamente para a construção de uma nova ordem mundial, baseada na justiça, na solidariedade e na inclusão".
Desde sexta-feira, os principais líderes chavistas seguiram em silêncio sobre a premiação. Apenas no domingo (12), Maduro se pronunciou, sem mencionar o nome de Machado, se referindo a ele como "bruxa demoníaca".
O presidente venezuelano também disse que o povo não quer paz com o imperialismo, se referindo ao apoio da oposicionista à militarização dos Estados Unidos próximo da costa da Venezuela e ao vínculo com o presidente Donald Trump.