Dietas da internet: conheça os riscos e como buscar informações seguras sobre alimentos!

Especialista alerta para os riscos à saúde de dietas milagrosas apresentas por influenciadores sem formação técnica e por IA

Por Michel Telles
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Dietas da internet: conheça os riscos e como buscar informações seguras sobre alimentos!

Foto: Div

A internet possibilita facilidades para quem busca informações sobre assuntos diversos, mas também exige cuidados, especialmente quando falamos sobre saúde. Em busca do corpo perfeito, muitas pessoas recorrem a dietas ou conselhos nutricionais fornecidos por influenciadores sem formação técnica ou ainda em sites e por meio da inteligência artificial (IA) – e isso pode representar um risco à saúde. 

Nutricionista e professora do curso de Nutrição da Universidade Salvador (UNIFACS), Jociene Silva explica que a desinformação e as falsas promessas podem provocar problemas de saúde, como deficiências nutricionais e riscos à saúde de pessoas que já possuem doenças crônicas, como diabetes, hipertensão e dislipidemias.  

A especialista alerta ainda que dietas feitas de maneira irresponsável possuem impacto significativo no desenvolvimento e piora de transtornos alimentares, como bulimia, compulsão alimentar e anorexia. “Os ciclos de restrição alimentar severa, seguidos de compulsão, estão intimamente relacionados a problemas de saúde, como disfunções gastrointestinais, que podem promover anemias, perda de cálcio da massa óssea, alterações hormonais, desnutrição e outros agravos à saúde, além de favorecer o esgotamento físico e emocional”, diz a nutricionista.  

Riscos das dietas feitas por IA 

A popularização da IA também tem deixado os especialistas em alerta para os riscos de dietas criadas com a tecnologia. Porém, qualquer dieta ou plano alimentar requer uma avaliação clínica, física e metabólica prévia do paciente – o que só pode ser realizado por um profissional especializado em nutrição.  

A nutricionista Jociene Silva lembra que a IA não substitui a anamnese clínica criteriosa, não realiza exames físicos céfalo-caudal, não interpreta exames laboratoriais correlacionando com as condições de vida do paciente e nem identifica sinais clínicos de deficiências nutricionais. “Além disso, existem outros aspectos da avaliação, como: fatores psicossociais e culturais e padrões nutricionais perigosos, como desequilíbrios metabólicos. E apenas o profissional adequado pode fazer o acompanhamento e monitoramento personalizado, para o caso de ajustes necessários para o sucesso do tratamento nutricional”, complementa.  

Essas dietas e restrições alimentares sem orientação podem provocar risco à saúde, como a redução do metabolismo devido ao comportamento de repouso que o organismo desenvolve ao longo do tempo com essas restrições inadequadas. Pode haver também um comprometimento das atividades metabólicas dos hormônios reguladores da fome-saciedade, promovendo um aumento significativo da fome e levando ao consumo alimentar excessivo.  

A privação alimentar também pode levar o organismo ao estresse fisiológico e, consequentemente, ao aumento do cortisol – hormônio pró-inflamatório. “Outro hormônio importante é a insulina, que poderá desregular, levando ao acúmulo de gordura intra-abdominal, do mesmo modo. A restrição alimentar pode reduzir os níveis de estrógeno e progesterona, o que pode levar à infertilidade e comprometer também a saúde óssea”, explica a professora da UNIFACS, que integra o Ecossistema Ânima.  

Dicas para informações seguras 

Para quem busca por informações seguras sobre alimentos, existem algumas fontes nas redes, como a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), com orientações sobre rótulos nutricionais, suplementos alimentares, controle de contaminantes e toda regulamentação em alimentos. Já o Guia Alimentar para a População Brasileira, do Ministério da Saúde, é referência mundial sobre os dez passos da alimentação saudável, orientando sobre a classificação dos alimentos industrializados e como eles podem afetar a saúde.  

No caso de dietas e planos alimentares, a melhor opção é procurar a orientação de um nutricionista. Ele é o profissional preparado para fazer a anamnese clínica necessária e solicitar os exames físicos e laboratoriais fundamentais para a criação desse plano alimentar. 

“A consulta com um profissional qualificado é o caminho mais seguro para o sucesso e transformação dos hábitos alimentares adequados na promoção da saúde. A realização de uma avaliação física, clínica e metabólica minuciosa é imprescindível para o desenvolvimento de estratégias nutricionais eficazes, além do plano alimentar e orientações nutricionais individualizadas”, finaliza a nutricionista Jociene Silva. 

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