Diretor da PF diz que foro no STF não atrapalha investigações do caso Master
Ele disse que as apurações chegaram a ser suspensas quando policiais encontraram, durante as buscas da operação Compliance Zero

Foto: Lula Marques/Agência Brasil
CONSTANÇA REZENDE
O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, afirmou que as investigações do órgão sobre o Banco Master envolvem uma autoridade com foro privilegiado e que o fato de o caso ter sido remetido para o STF (Supremo Tribunal Federal) não prejudicou as investigações.
Ele disse que as apurações chegaram a ser suspensas quando policiais encontraram, durante as buscas da operação Compliance Zero, um elemento que indicaria o possível envolvimento de pessoa com foro, sem citar quem seria.
O diretor explicou que, nessas situações, as investigações são suspensas e submetidas à instância competente para evitar uma possível anulação do caso no futuro.
"Temos tido uma cautela muito grande em todas as nossas investigações. Esse é um processo comum em que nós imediatamente suspendemos [a investigação do Master] assim que houve inclusive a representação por parte da defesa de um dos investigados", disse.
Andrei acrescentou que o lapso temporal disso foi "curtíssimo" e que as investigações já subiram.
No último dia 3, o ministro Dias Toffoli, do STF, decidiu que as diligências e medidas relacionadas à investigação contra Daniel Vorcaro, dono do banco, e da instituição, deveriam ser avaliadas por ele.
A medida foi tomada após pedido da defesa do banqueiro para levar as investigações sobre o empresário ao tribunal. A solicitação foi feita por conta de um envelope com documentos de um negócio imobiliário relacionado ao deputado João Carlos Bacelar (PL-BA) ter sido encontrado em uma busca e apreensão.
Logo após a decisão de Toffoli, o juiz da 10ª Vara Federal de Brasília que cuidava do caso decidiu enviar todo o material da investigação ao Supremo.
Questionado pela imprensa também sobre a citação de Fábio Luiz Lula da Silva, filho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), na investigação sobre descontos irregulares em benefícios do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), Andrei disse que não confirmaria o caso, mas que citado não é investigado.
"Não basta uma pessoa ser citada para se tornar investigada. Desconheço esse detalhe [citação] no processo, que infelizmente surgiu essa possibilidade, e não posso comentar por conta do sigilo. O que posso dizer, e se aplica a todos os casos, é que não vale essa exploração midiática da citação para que já haja uma pré-condenação de quem quer que seja", afirmou.
Fábio Luiz foi citado em um depoimento de um dos envolvidos no caso que teria mencionado supostos pagamentos ao seu contador por uma das empresas investigadas.


