Diretor de hospitais defende cobrança de internação no sistema público de não vacinados, em Paris
Tratamento de Covid-19 na UTI custa aproximadamente 3 mil euros (cerca de R$ 18 mil) por dia

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O diretor do sistema hospitalar de Paris, Martin Hirsch, defendeu recentemente que as pessoas que se recusam a receber a vacina contra a Covid-19 não devem continuar a ter seu tratamento pago pelo seguro de saúde público.
Atualmente, o sistema de saúde francês dá cobertura total para todos os pacientes que vão para a terapia intensiva, cujo preço é de aproximadamente de 3 mil euros (cerca de 18 mil reais) por dia. A internação destes pacientes dura entre uma semana a 10 dias.
"Quando medicamentos gratuitos e eficientes estão disponíveis... As pessoas deveriam poder renunciar a eles sem consequências, enquanto lutamos para cuidar de outros pacientes?", afirmou Hirschi, na última quarta-feira (26), a uma rede de televisão francesa.
Segundo o médico, o debate foi criado devido aos altos custos de saúde e o 'comportamento irresponsável' de alguns não deve comprometer a disponibilidade do sistema para o resto do público.
No entanto, diversos profissionais de saúde franceses rejeitaram a ideia, e alguns políticos de direita pediram que o diretor fosse defendido. A prefeita de Paris, Anne Hidalgo, também afirmou discordar de sua proposta.
A declaração de Hirsch não foi repercutida pelo ministro da Saúde, Olivier Veran. Já a deputada do partido LREM, do presidente Emmanuel Macron, Olga Givernet, afirmou que "a questão levantada pela comunidade médica não pode ser ignorada".
O parlamentar do Les Republicains, Sebastien Huyghe defendeu que a ideia não era rejeitar os não vacinados das enfermarias de terapia intensiva, mas fazê-los pagar uma contribuição mínima para o custo de seus cuidados..
Uma pesquisa realizada neste mês mostrou que 51% dos franceses consideravam justo que as pessoas não vacinadas paguem parte ou toda a conta caso precisem de terapia intensiva. No entanto, o presidente Macron declarou que a estratégia utilizada por ele será de "encher o saco" do público não vacinado.