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Economia

Diretor de Política Econômica do BC explica por que os juros estão altos, mesmo com inflação em queda

Segundo Diogo Guillen, a próxima batalha do Brasil é superar a pressão sobre os preços no setor de serviços

Por Da Redação
Ás

Diretor de Política Econômica do BC explica por que os juros estão altos, mesmo com inflação em queda

Foto: Reprodução/YouTube

O diretor da Política Econômica do Banco Central, Diogo Guillen, afirmou que o Brasil venceu a primeira etapa do combate à inflação, mas ainda precisa superar a batalha mais difícil que é a pressão sobre os preços no setor de serviços. As informações são de uma entrevista dada ao jornal O Globo, publicada na quinta-feira (11).

Guillen foi questionado sobre o motivo de os juros continuarem altos, já que a inflação está em queda e, segundo ele, o processo de desinflacionar é feita em dois estágios.

"O primeiro estágio, que aconteceu, digamos, no fim do ano passado e início deste ano, era o mais fácil. Ele é mais concentrado em itens administrados e fora do núcleo de inflação. O segundo é esse em que você vai atingir a inflação de serviços e os núcleos de inflação. Estamos neste segundo estágio. O processo de desinflação é mais lento, por isso exige paciência e serenidade. A política monetária deve ficar restritiva", explica. 

Na entrevista, ele também elenca os principais riscos do cenário. "Tem um risco para cima, que é uma inflação mais resiliente, a inflação de serviços e núcleos, o segundo estágio da inflação. O segundo é o risco fiscal, que diminuiu, porque os riscos de cauda (riscos inesperados) diminuíram depois da apresentação do arcabouço", diz.

"Mas eu acho que o mais importante a responder é como o arcabouço afeta a dinâmica inflacionária, porque não há relação mecânica entre o arcabouço e a política monetária. Quando você pensa como o fiscal mais afeta a política monetária, o principal é o canal expectacional, como isso muda prêmios de risco, ativos e expectativas. É esse o canal que faz ter uma ligação maior entre o fiscal e o monetário", acrescenta.

Sobre o efeito do arcabouço fiscal mencionado, ele esclarece se com relação ao dólar ou condições financeiras. "O que acontece com o dólar, com as expectativas, as condições financeiras que são afetadas (pelo arcabouço). O terceiro ponto, pensando no balanço  de riscos, é a parte da desancoragem. Estamos vendo as expectativas desancoradas, mas se ela fica desancorada por muito tempo ou se ela desancora mais, ela pode levar a uma mudança na dinâmica de reajuste de preços. Há também resiliência da inflação de serviços".

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