Dirigentes da PRF têm celulares apreendidos por indícios de combinação de versões em depoimentos
PF busca detalhes sobre reunião que teria orientado blitze durante eleições e detecta possíveis tentativas de obstrução de Justiça
Foto: Reprodução/Câmara dos Deputados
A Polícia Federal está intensificando suas investigações sobre uma possível combinação de versões nos depoimentos prestados por dirigentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) nesta semana. A apreensão de telefones celulares desses dirigentes se tornou uma peça-chave nesse cenário, visto que a polícia detectou indícios de que eles teriam ajustado suas declarações para proteger o ex-diretor da PRF, Silvinei Vasques. O foco da investigação é verificar a existência de diálogos e trocas de mensagens que possam confirmar a suspeita de alinhamento de depoimentos e buscar detalhes cruciais de uma reunião que teria direcionado operações de blitze durante o segundo turno das eleições.
As ações tomadas até o momento são parte de uma série de desdobramentos desde a prisão preventiva de Silvinei Vasques na semana passada. A Polícia Federal já havia coletado depoimentos de cerca de 50 dirigentes da PRF que teriam participado de uma reunião de planejamento das blitze durante o segundo turno. Essas operações teriam causado obstáculos na participação de eleitores em áreas com maior apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Os indícios obtidos até o momento indicam que Silvinei Vasques teria direcionado as ações da PRF para favorecer o então candidato Jair Bolsonaro. Diante disso, os depoimentos dos dirigentes da PRF se tornam cruciais para compreender o alcance e a natureza dessas ações. No entanto, em depoimentos recentes, diversos dirigentes alegaram não se lembrar dos temas tratados na reunião conduzida por Silvinei Vasques.
Diante dessa situação, a Polícia Federal decidiu apreender os celulares dos integrantes da PRF para buscar possíveis diálogos que confirmem ou refutem a suspeita de que eles combinaram versões. Caso se confirmem indícios de falsos testemunhos ou obstrução da Justiça, os dirigentes da PRF podem enfrentar sérias acusações legais.