“Discriminatória”, justifica Linkedin a exclusão de vaga que priorizava negros e indígenas; processo está sendo protocolado pela justiça de SP
Associações pedem reparação de dano moral coletivo e dano social no valor de R$ 10 milhões
Foto: Souvik Baenerjee/ Unsplash
A rede social de negócios Linkedin está sendo processada por ter banido uma publicação de vaga de emprego que priorizava a contratação de pessoas negras e indígenas. A Educafro- Educação e Cidadania de Afrodescendentes e Carentes, a Frente Nacional Antirracista e o centro Santo Dias de Direitos Humanos movimentaram a ação.
A vaga de emprego buscava profissional para coordenação do setor administrativo e financeiro e foi aberta pelo Centro de Análise da Liberdade e do Autoritarismo, conhecido como Laut. Questionada, a plataforma de negócios alegou que a postagem era discriminatória.
As entidades que ajuizaram a ação civil pública responderam, alegando que o Linkedin, a pretexto de reprimir uma discriminação, reforça a verdadeira discriminação ao dificultar o acesso de pessoas negras e indígenas ao mercado de trabalho, o que ‘atenta contra a honra e dignidade de tais categorias de pessoas e configura dano moral coletivo e dano social’. As associações ainda completaram o objetivo da ação de demandar do Estado-Juiz a ordem para adoção de práticas antirracistas e equidade social pela empresa.
Em 2020, a empresa Linkedin já havia se envolvido em polêmicas julgadas racistas e que levantaram discussões a respeito da diversidade racial na própria empresa. Comentários anônimos foram feitos por funcionários contra a política de contratação a partir da diversidade, contra promoção de pessoas negras e minimizando a abordagem da polícia que resultou na morte de George Floyd, de acordo com o The Daily Beast. Na ocasião, o CEO se desculpou publicamente.