Dissidentes petistas resolvem apoiar Kleber Rosa para candidato a prefeito: 'Geraldo não nos representa'

Militantes do Partido dos Trabalhadores (PT) anunciaram na segunda-feira (17) apoio à chapa majoritária do PSOL liderada pelo pré-candidato à prefeitura de Salvador, Kleber Rosa, e pela pré-candidata a vice-prefeita, Dona Mira Alves. O evento ocorreu no escritório político "Marielle e Marighella", situado no bairro do Rio Vermelho.

Desde que o vice-governador da Bahia, Geraldo Júnior (MDB), foi escolhido por lideranças petistas para concorrer ao Palácio Thomé de Souza nas eleições deste ano, militantes do PT têm rejeitado a decisão devido ao histórico carlista e de direita do emedebista.

O militante do PT Cristiano Cabral, filiado à sigla desde 1994, destacou que a escolha da pré-candidatura de Geraldo foi uma decisão autoritária, "palaciana" e sem nenhum diálogo com a base do PT. Além disso, o ativista afirmou que Geraldo representa o "setor burguês capitalista imobiliário".

"Foi uma pré candidatura totalmente imposta. De cima pra baixo. Geraldo Júnior não é um pré-candidatura do PT. É uma pré-candidatura do MDB. Não nos representa. É um preposto burguês. Uma campanha que tem uma linha política neoliberal. Portanto, decidimos que vamos marchar com Kleber Rosa e Dona Mira, pois possuem trajetórias de vida mas condizentes com as pautas da esquerda", frisou Cabral.

Eliana Noronha, filiada há mais de 30 anos ao PT, salientou que está "sentindo um vazio enorme no coração", pois a pré-candidatura de Geraldo Júnior representa uma "afronta" à história e à trajetória do Partido dos Trabalhadores. A militante disse que Kleber Rosa é o único candidato que representa as bandeiras da esquerda. 

"Geraldo Júnior não tem como adotar uma política de combate ao desmatamento porque ele é um grande parceiro da burguesia imobiliária. Geraldo Júnior não me representa e vou fazer campanha contra", assegurou a ativista. 

Kleber Rosa agradeceu o apoio da militância do PT e garantiu que o PSOL vai apresentar um Programa de Governo com  propostas concretas e com possibilidade real de ser implementado em Salvador. 

"Nossa cidade está padecendo há muitos anos com o carlismo. Cabe a nós do PSOL manter as esperanças da esquerda em  Salvador acesas.  Vai ter luta durante o processo eleitoral. Vamos construir uma cidade que priorize as demandas populares, os movimentos sociais, a inclusão social, e as pautas da esquerda soteropolitana", disse o psolista.