Lira defende autonomia do Banco Central após Lula criticar Campos Neto
O presidente Lula criticou Campos Neto, afirmando que ele tem lado político e trabalha para prejudicar o país.
Foto: Senado Federal
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), defendeu a autonomia do Banco Central após o presidente Lula (PT) criticar a atuação do chefe da autoridade monetária, Roberto Campos Neto.
Lira participou nesta terça-feira (18) do evento "CNN Talks - Crédito para o Brasil". Ele disse que a Câmara tem guiado o país na direção que os parlamentares julgam correta, apoiando reformas econômicas e "resistindo a toda tentativa de retrocesso".
"A autonomia do Banco Central, às vésperas do Copom, aumentou a credibilidade da nossa política monetária. O nosso arcabouço fiscal e a reforma tributária racionalizam a nossa política fiscal", afirmou Lira.
Mais cedo nesta terça, o presidente Lula criticou Campos Neto, afirmando que ele tem lado político e trabalha para prejudicar o país.
"O presidente do Banco Central, que não demonstra nenhuma capacidade de autonomia, que tem lado político e que, na minha opinião, trabalha muito mais para prejudicar o país do que para ajudar o país", afirmou o petista em entrevista à rádio CBN, após declarar que a autoridade monetária está "desajustada".
Lula citou ainda o jantar em homenagem feito a Campos Neto em São Paulo, e sugeriu que ele teria pretensões político-eleitorais. O evento ocorreu na semana passada no Palácio dos Bandeirantes, por iniciativa do governador do estado, Tarcísio de Freitas (Republicanos).
"[Tarcísio] Tem mais [poder de influência] que eu. Não é que ele encontrou com Tarcísio numa festa. A festa foi para ele, foi homenagem do governo de São Paulo para ele, certamente porque o governador de São Paulo está achando maravilhoso a taxa de juros de 10,5%", disse Lula.
Antes de começar a leitura de seu discurso nesta terça, Lira afirmou que o dia já tinha começado "bastante animado" e que não atiçaria mais dúvidas ao atual momento do país.
"Nunca trabalhei contra o meu país e nunca, de maneira nenhuma, a Câmara se posicionou [de modo] contrário aos interesses do Brasil nesse, naquele ou noutro governo. E hoje o dia já começa bastante animado. Não será por parte do presidente da Câmara, que nós atiçaremos mais um pouco as dúvidas, incertezas, agruras, versões, ilações que tanto mal tem feito ao nosso país", afirmou.