Dívida bruta do setor público deve atingir 91,8% do PIB do Brasil em 2032
De acordo com informações do Banco Central, a dívida bruta encerrou dezembro de 2022 com menor nível em cinco anos
Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil
Segundo estimativas dos analistas do mercado financeiro, a dívida bruta do setor público, uma medida crucial para comparar a capacidade de pagamento dos países internacionalmente, deve atingir 91,8% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil até 2032.
A projeção para a dívida brasileira foi divulgada pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, durante uma reunião com conselheiros do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (IEDI) na última sexta-feira (2). Os dados foram coletados na semana anterior pelo Banco Central em uma pesquisa com mais de 100 instituições financeiras, revelando um aumento de 18,3 pontos percentuais do PIB no endividamento brasileiro ao longo dos próximos dez anos.
De acordo com informações do Banco Central, a dívida bruta encerrou dezembro de 2022, no final do mandato do presidente Jair Bolsonaro, em 73,5% do PIB, o menor nível em cinco anos. Já em abril deste ano, último dado disponível, o endividamento brasileiro alcançou 73,2% do PIB.
A projeção de aumento da dívida brasileira até 2032 é estimada mesmo diante da proposta de um novo arcabouço fiscal, uma regra para as contas públicas idealizada pelo governo federal que substituirá o teto de gastos. O texto do novo arcabouço fiscal já foi aprovado pela Câmara dos Deputados, mas ainda precisa passar pela avaliação do Senado Federal para entrar em vigor.
A equipe econômica tem destacado que o objetivo do arcabouço fiscal é acomodar os gastos sociais de forma sustentável, sem que ocorra um descontrole da dívida pública brasileira. Através da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) de transição, aprovada no final de 2022, o aumento das despesas no valor de R$ 168 bilhões, relacionadas a investimentos, foi autorizado apenas para este ano, dando tempo para a aprovação do novo arcabouço fiscal.
A meta é zerar o déficit fiscal, estimado em R$ 136,2 bilhões para este ano, e retomar resultados positivos nas contas públicas em 2025 e 2026. Para isso, o Ministério da Fazenda baseia-se principalmente na busca por receitas extraordinárias.