Doença do beijo: Amor de Carnaval não necessariamente dura para além da folia, mas há riscos para saúde!
Aos detalhes...
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Foto: Divulgação
O Carnaval já começou e, certamente, muitos solteiros estão ansiosos para curtir a folia de várias formas, entre elas, beijando na boca. Porém, a época sempre liga o alerta para as chamadas "doenças do beijo". Por ser uma área com mucosa, a boca é a porta de entrada para uma série de infecções. E o beijo é o veículo perfeito para isso. Segundo o infectologista e professor de Medicina da Universidade Positivo (UP), Marcelo Ducroquet, uma série de doenças infecciosas podem ser transmitidas por meio daquele beijão ao som de um samba ou axé. E o mais preocupante é que várias dessas infecções não apresentam sintomas, enquanto outras são transmissíveis mesmo sem eles. A mais famosa dessas patologias é a que ficou conhecida como “doença do beijo”, embora o nome oficial seja mononucleose. “Ela é causada pelo vírus Epstein-Barr e pode ser transmitida por meio da saliva. Alguns dos sintomas são tosse, gânglios linfáticos inchados, cansaço, dor de garganta, perda de apetite, inflamação do fígado e hipertrofia do baço”, detalha o especialista. A maior parte das pessoas que contraem essa doença tem entre 15 e 25 anos e, uma vez que isso acontece, o vírus fica no organismo para o resto da vida. Mas essa não é a única infecção transmitida pelo beijo. “A mais comum das doenças transmitidas pelo beijo é o resfriado, que todo mundo tem uma, duas ou três vezes por ano. Um pouco mais grave do que isso, também uma doença respiratória, é a influenza. Essa, temos uma vez a cada cinco ou dez anos, se não tomar a vacina. Dependendo da condição prévia da pessoa, ela pode parar no hospital ou até morrer. Por isso é importante manter a vacina da influenza em dia”, alerta. Além das questões respiratórias, há outros tipos de enfermidades transmitidas pela saliva. O herpes simplex, por exemplo, também é um risco. Quem tem a doença costuma apresentar bolhas nos lábios que podem ser muito dolorosas. Elas desaparecem e reaparecem com alguma frequência e, embora alguns medicamentos ajudem a controlar o incômodo, o problema não tem cura. Outra infecção com transmissão via oral é o citomegalovírus, com sintomas como ínguas pelo corpo e febre. “Não são doenças muito graves, mas, uma vez infectado, não há cura e você pode passar a ser um transmissor. Até por isso esses vírus têm alta circulação, porque não podem ser eliminados do organismo e, muitas vezes, são transmitidos mesmo quando o portador não apresenta sintomas”, explica. Para se proteger, não basta contar com a boa higiene bucal alheia ou mesmo caprichar na escovação e fio dental. “A maior parte dessas doenças não é visível e não há como saber quem tem e quem não tem. É importante observar se a pessoa que você vai beijar não tem, por exemplo, uma lesão na boca, que é comum no caso de herpes, mas, no geral, quem beija desconhecidos não tem meios práticos para evitar pegar essas doenças”, esclarece Ducroquet. Ele lembra, ainda, que, no carnaval ou fora dele, a preocupação maior deve ser sempre com as infecções sexualmente transmissíveis (ISTs). Essas, sim, podem ser prevenidas com o uso correto de preservativos.