'Doenças do inverno': automedicação pode agravar quadros leves
Gripes, resfriados e alergias são mais comuns nesta época do ano

Foto: Reprodução/Pixabay
Ao se deparar com os sintomas das chamadas “doenças de inverno”, como gripes, resfriados, alergias e inflamações das vias respiratórias, muitas pessoas recorrem à automedicação em busca de alívio rápido. Apesar de parecer uma solução simples e eficaz, essa prática pode prolongar a recuperação de casos de fácil tratamento e mascarar doenças mais graves que exigem diagnóstico médico.
O uso de medicamentos inadequados ou em doses incorretas pode não apenas falhar em aliviar os sintomas, como também atrasar o diagnóstico e o tratamento adequados, permitindo que a doença progrida e cause complicações. Além disso, há também o risco de interação medicamentosa, que pode potencializar ou inibir os efeitos dos medicamentos.
“Normalmente, a indicação para tratamento de resfriados e doenças respiratórias envolve analgésicos simples e soro fisiológico nasal, medicações que dificilmente vão trazer danos a curto prazo. Entretanto, ao utilizarmos combinações com antihistamínicos, antialérgicos e vasoconstritores, existem riscos de efeitos colaterais, intoxicação por posologia inadequada e o surgimento de alergias”, explica a clínica médica do Hospital São Marcelino Champagnat, Maria Fernanda Uady Carvalho.
O consumo de medicamentos sem prescrição médica pode ser especialmente prejudicial para idosos. Esse grupo tem maior probabilidade de apresentar reações adversas aos remédios devido a mudanças fisiológicas relacionadas à idade, como diminuição da função renal e hepática, e alterações na absorção dos medicamentos. “A automedicação também é perigosa porque aumenta o risco de efeitos colaterais indesejados no tratamento dessas condições e doenças crônicas comuns em idosos, resultando em complicações graves ou piora dos sintomas”, reforça a especialista.