Dois a cada três intubados em UTI morreram no Brasil em um ano de pandemia
Dos 46,3% que precisaram de ventilação mecânica nas UTIs em um ano, 66,3% morreram
Foto: Amanda Perobelli/UOL
O agravamento da Covid-19 em um paciente gera a necessidade do uso de leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) a realizarem a intubação em quase metade dos internados. Mesmo assim, essas, dois a cada três não resistem e morrem durante o tratamento.
Os dados fazem parte do projeto "UTIs Brasileiras", da Associação de Medicina Intensiva Brasileira (Amib) em parceria com a empresa Epimed, que traz os dados 98 mil internações desde 1º de março de 2020. Os números apontam que, dos 46,3% que precisaram de ventilação mecânica nas UTIs em um ano, 66,3% morreram.
A Condições mecânica é um método utilizado quando o paciente infectado pelo coronavírus atinge um nível de comprometimento dos pulmões que causa uma debilidade respiratória severa. Porém, é necessário que fique claro que o problema envolve uma gravidade da doença que faz a evolução resultante em morte.
"É preciso evitar esse mal-entendimento. Algumas pessoas pensam a achar: "Se eu for intubado, vou morrer". Aí aconteceram alguns absurdos de pessoas não irem para o hospital e morrerem em casa. Os pacientes precisam entender que, em casos graves, uma única maneira dele não morrer é essa. Sem isso, uma chance de morte é de 100%", afirma Ederlon Rezende, coordenador do projeto e ex-presidente da Amib.
Segundo Rezende, apesar do alto índice de mortes registradas, as UTIs brasileiras hoje salvam mais pacientes do que no começo da pandemia. As equipes aprenderam a manejar pacientes graves. "Um estudo feito com os 250 mil pacientes que precisavam de ventilação mecânica mostrou uma mortalidade de 80%. Estamos aprendendo a melhorar a sobrevida e temos conseguido alguns avanços", diz.