Dois PMs foram presos e 45 afastados por envolvimento em ações violentas no último mês em SP
Solução para casos que envolvem afastamentos de militares deve acontecer no prazo de 30 dias
Foto: Reprodução/Redes Sociais
Nos últimos 30 dias, 45 policiais militares foram afastados das funções e dois foram presos, por envolvimento em casos relacionados a abuso de autoridade e letalidade policial, no estado de São Paulo.
Os casos ganharam grande repercussão pois foram flagrados por celulares e/ou câmeras de segurança. Os agentes afastados ficam privados do exercício da função policial militar, podendo atuar administrativamente ou ficar totalmente sem trabalhar.
Conforme o regimento disciplinar da Polícia Militar (PM) em São Paulo, a solução para os casos que envolvem afastamentos de militares deve acontecer no "prazo de 30 dias, contados a partir do recebimento da defesa do acusado, prorrogável no máximo por mais 15 dias, mediante declaração de motivos no próprio enquadramento."
Confira abaixo os sete casos ocorridos no último mês que levaram ao afastamento de agentes:
Uma prisão e 12 afastamentos
Na quinta-feira (5), a Justiça Militar decretou a prisão do policial Luan Felipe Alves Pereira, por arremessar um homem de uma ponte na Zona Sul de São Paulo, no último domingo (1°).
Antes da decisão, o soldado já estava detido na Corregedoria da Polícia Militar, onde prestou depoimento. Segundo informações do inquérito militar, Luan Felipe disse que pretendia jogar o homem no chão com o objetivo de imobilizar.
A ação foi gravada por uma testemunha e mostra o momento em que o policial segura o homem pela camiseta, se aproxima da beirada e joga o homem no rio. Além da prisão de Luan, outros 12 agentes que participaram da ação foram afastados pela Corregedoria da PM. O Ministério Público abriu uma investigação.
12 afastamentos
Os 12 policiais militares que agrediram uma idosa de 63 anos, e deram um golpe de mata-leão no filho dela durante uma abordagem, foram afastados das atividades operacionais após prestarem depoimento na Corregedoria da Polícia Militar, também na quinta-feira.
As agressões ocorreram na garagem da família, em Barueri, na Grande São Paulo, na noite da quarta (4). Vídeos gravados por testemunhas registraram as violências. Por meio de nota, a Secretaria de Segurança Pública informou que as investigações do caso prosseguem por meio de Inquérito Policial Militar (IPM) e pela Polícia Civil.
Um preso
Ainda na quinta, o policial militar Vinicius de Lima Britto, que executou pelas costas um jovem em frente a um mercado Oxxo na Zona Sul de São Paulo, foi preso.
O caso aconteceu no dia três de novembro, mas Vinicius só foi afastado na segunda-feira (2), após divulgação das imagens de câmeras de segurança que registraram o momento em que ele fez os disparos.
Gabriel Renan da Silva Soares, de 26 anos, furtou quatro pacotes de sabão. Durante a fuga, ele escorregou e caiu no chão do estacionamento. O policial, que estava à paisana, sacou a arma e atirou. Segundo o boletim de ocorrência, foram encontradas 11 perfurações no corpo de Gabriel.
Dois afastamentos
Dois policiais militares, envolvidos no assassinato de um estudante de medicina, foram afastados até o final das investigações. A decisão foi tomada no dia 20 de novembro.
Marco Aurélio Cardenas Acosta, de 22 anos, cursava medicina na Universidade Anhembi Morumbi e foi morto com um tiro à queima-roupa na escadaria de um hotel Zona Sul de São Paulo. A ação foi registrada por uma câmera de segurança.
Oito afastamentos
A Secretaria da Segurança Pública afastou preventivamente oito policiais militares investigados por envolvimento na execução de Antônio Vinicius Lopes Gritzbach, delator da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC).
O afastamento foi determinado no dia 12 de novembro. Vinicius foi morto a tiros durante um atentado, no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos. Os agentes já eram investigados um mês antes do crime pela Corregedoria da corporação.
Sete afastamentos
Ryan da Silva Andrade Santos, de quatro anos, foi morto durante um confronto policial no Morro São Bento, no litoral paulista, no dia 5 de novembro.
Segundo o laudo balístico, o tiro que matou Ryan partiu da arma de um policial militar. No dia 6 de novembro, a SSP-SP informou que sete policiais envolvidos na ação foram afastados das ruas.
Quatro afastamentos
Um acidente aconteceu no dia 13 de julho, na região do Cambuci, Centro da capital paulista. A câmera corporal de um policial militar gravou o momento em que ele pergunta a um colega de farda em outra viatura: "Apostar um racha?".
O carro oficial da PM bateu em dois veículos que estavam estacionados e em um poste. O caso só foi conhecido no início de novembro, quando as imagens viralizaram nas redes sociais.
Os quatro PMs que participaram da ação foram afastados preventivamente e realizam serviços administrativos.