Dólar para continuidade de altas, porém continua acima de R$ 6
O destaque desta terça-feira (3) teve o resultado do 3º trimestre do PIB brasileiro, que aumentou 0,9%
Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil
O dólar encerrou esta terça-feira (3) em queda de 0,21%, a R$ 6,05, depois quatro dias consecutivos de alta. A queda foi uma resposta à exposição do Produto Interno Bruto (PIB), que aumentou 0,9% no terceiro trimestre, e ainda no cenário externo.
Deste lado, o tema fiscal continua no radar perante as inseguranças quanto à tramitação do pacote para conter os gastos, no decorrer das discussões sobre o desbloqueio das emendas parlamentares e questões a respeito das alterações nas aposentadorias dos militares.
As propostas entregues no Congresso Nacional que abrangem o pacote de corte de gastos divulgado pelo governo Luís Inácio Lula da Silva (PT), ainda não há a inclusão dos militares, que deverão ser abalados pelo ajuste fiscal. A explicação para o grupo ainda continuar de fora da proposta é que há um impasse sobre a mudança para a reserva remunerada.
Em entrevista coletiva em Braíilia, o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB), explicou que se o Congresso aceitar propostas de corte de gastos em dezembro, terá uma diminuição do preço do dólar.
“Se Congresso der resposta rápida neste mês de dezembro aprovando as medidas para cumprir o arcabouço de déficit primário zero, que reduzem despesas no curto, médio e longo prazo, não só zera o déficit agora, mas já prevê uma redução de despesas também nos próximos anos. À medida em que isso ficar claro, nós devemos ter uma acomodação do dólar, o câmbio mais baixo”, afirmou Alckmin.
Aumento do PIB
O dia foi assinado pela divulgação do Produto Interno Bruto (PIB), que aumentou 0,9% no terceiro trimestre do ano de 2024 (período de julho, agosto e setembro), frente ao segundo trimestre deste ano. Os dados foram revelados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A economia foi elevada pelo investimento e gastos das famílias, pelo lado da demanda, e pelos serviços e indústria, pelo lado da proposta. O mercado de trabalho permanece forte, e o crescimento do crédito colabora para esclarecer a melhora da economia, assim como as transferências de renda do governo, através das aposentadorias e benefícios assistenciais.
O aumento do PIB brasileiro se equipara ao da China e fica na posição atrás de Indonésia e México entre os países do G20. Depois da publicação do resultado, o Ministério da Fazenda comunicou que fará nova revisão na projeção do PIB do Brasil para o acumulado de 2024. A projeção oficial do governo Lula é de 3,3% no acumulado de 2024. Até o mês de setembro, a estimativa era de crescimento de 3,2%
O cenário adiante, porém, ficou mais escuro. As incertezas fiscais têm ajudado para o aumento do dólar, negociado a partir de R$ 6, e para o crescimento dos juros de longo prazo, na casa de 7% ao ano, descontada a inflação.
Nesta terça-feira (3) inicia a época de silêncio do Comitê de Política Monetária (Copom).
O Ibovespa, o mais importante índice acionário da bolsa de valores brasileira, atuava em alta de 0,67%, às 17h10, aos 126.072,41 pontos.