Domingos Neto desmente Pacheco e Lira e afirma que há registro de beneficiados do 'orçamento secreto'
Relator-geral aponta que recursos foram solicitados diretamente ao Segov

Foto: Reprodução/Camara dos Deputados
O relator-geral do Orçamento 2020, deputado Domingos Neto (PSD-CE), contrariou, nesta terça-feira (07), o Congresso Nacional ao afirmar que existem registros sobre as indicações de parlamentares no esquema no orçamento secreto. A versão desmente falas de Rodrigo Pacheco (PSD) e Arthur Lira (PP-AL).
De acordo com o Estadão, Neto afirma que as solicitações de recursos foram feitas diretamente à Secretaria de Governo da Presidência da República (Segov), então comandada pelo ministro Luiz Eduardo Ramos, com um valor de R$ 5,4 bilhões do Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) para ser destinado aos redutos eleitorais.
Um ofício enviado em junho deste ano, por Domingos, escreve que “no montante de R$ 5.470.052.917,00 (cinco bilhões, quatrocentos e setenta milhões, cinquenta e dois mil e novecentos e dezessete reais) foram encaminhados pelo Congresso Nacional, através de Senadores, Deputados Federais e Líderes, com apoio institucional do Presidente do Congresso Nacional, à Secretaria de Governo da Presidência da República – SEGOV, sendo objeto de seleção, avaliação e encaminhamento feito pela mesma”. Além disso, ele alega que os parlamentares também enviaram uma solicitação formal ao governo das indicações deles.
As afirmações de Lira e Pacheco aconteceram durante manifestação ao Supremo Tribunal Federal (STF), em que pediam que fossem liberadas novamente as emendas de relator. Segundo eles, “a impossibilidade fática resulta da inexistência de documentos que registrem essas solicitações”.
A liberação foi autorizada pela ministra do STF, Rosa Weber, ainda ontem (06), após reconhecer que as novas regras de transparência atendem às exigências da Corte.