Dono da Esportes da Sorte vai se entregar à polícia, afirma defesa
Ele também afirmou que irá entrar com o pedido de habeas corpus nesta quinta ou na sexta (6) para a soltura de seu cliente.
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O CEO da Esportes da Sorte, Darwin Henrique da Silva Filho, se entregará nesta quinta-feira (5) à polícia, afirmou seu advogado. Ele foi um dos alvos das medidas de prisão preventivas (sem prazo) expedidas pela Justiça de Pernambuco na última quarta (4), em operação da Polícia Civil do estado, que também resultou na prisão da influenciadora Deolane Bezerra.
A casa do executivo, na zona sul do Recife, também foi alvo de busca e apreensão. A investigação policial é contra organização criminosa voltada à prática de jogos ilegais e lavagem de dinheiro.
De acordo com o advogado Ademar Rigueira, Darwin Filho estava em viagem a trabalho no momento da operação e deve se entregar nas próximas horas. Ele também afirmou que irá entrar com o pedido de habeas corpus nesta quinta ou na sexta (6) para a soltura de seu cliente.
A polícia afirmou que, até esta quinta, foram cumpridos dez mandados de prisão e 24 mandados de busca e apreensão. Do total apreendido, foram contabilizados R$ 439 mil em espécie, além de quantias em dólares, euros e libras esterlinas que totalizam R$ 95 mil.
Também foram confiscadas duas aeronaves e dois helicópteros avaliados em R$ 127 milhões e cinco automóveis de luxo no valor somado de R$ 24 milhões. Itens de luxo, como 37 bolsas, 16 relógios, 76 anéis e 17 joias também estiveram entre os itens apreendidos.
A polícia também expediu mandado de prisão contra Darwin Henrique da Silva, pai do CEO da Esportes da Sorte. De acordo com o advogado Pedro Avelino, ele não irá se entregar às autoridades.
"Estamos analisando o decreto de prisão preventiva para entrar com uma medida para anular essa prisão, ele não vai se entregar", afirmou Avelino.
A investigação aponta que Darwin, pai do dono da casa de apostas, mantém uma banca de jogo do bicho no Recife. No local, também é possível fazer apostas em jogos esportivos por meio da empresa Esportes da Sorte, conforme documentos apreendidos pela polícia em 2022.
O advogado de Darwin Filho diz que vem contestando as alegações da polícia durante as investigações e que a Esportes da Sorte não tem relação com a empresa do pai do executivo.
"As alegações são pelo fato de Darwin Filho ter uma vinculação familiar com o pai que teria ligação com o jogo do bicho, e eles confundem essa relação. As estruturas são completamente distintas", afirma Rigueira.
A Esportes da Sorte, cuja sede também foi alvo de busca e apreensão disse em nota que tem prestado esclarecimentos no inquérito em curso desde março de 2023.
"A operação policial será impugnada perante o juízo competente, demonstrando-se que houve interpretação precipitada e equivocada dos fatos apurados, sem qualquer análise ou consideração dos argumentos já apresentados. Tanto é assim que a autoridade policial não apreendeu qualquer objeto, documento ou equipamento na sede da empresa", completou a nota.
A ação teve como alvo uma organização criminosa que movimentou quase R$ 3 bilhões provenientes de jogos ilegais e lavagem de dinheiro, segundo o Ministério da Justiça e Segurança Pública. A pasta disse que, além de ter efetuado o bloqueio do montante, os investigados precisaram entregar seus passaportes e tiveram os portes de armas de fogo suspensos e os registros, cancelados.
Conforme o inquérito, a suposta quadrilha usava várias empresas de eventos, publicidade, casas de câmbio, seguros e outras para lavagem de dinheiro feita por meio de depósitos e transações bancárias.
De acordo com o Ministério da Justiça, o suposto esquema começou com uma investigação de lavagem de capitais, iniciada em abril de 2023, a partir da apreensão de R$ 180 mil reais em espécie em 1º de dezembro de 2022.
"O dinheiro era lavado por meio de depósitos fracionados em espécie, transações bancárias entre os investigados com o imediato saque do montante, compra de veículos de luxo, aeronaves, embarcações, joias, relógio de luxo, além da aquisição de centenas de imóveis", diz o Ministério da Justiça.
Os investigadores identificaram movimentações financeiras atípicas de pessoas físicas e jurídicas, que indicam "indícios de ilícitos financeiros, sem nenhum suporte para as transações comerciais e financeiras feitas pelo grupo". Ainda conforme a investigação, a maioria dos integrantes tem padrão de vida totalmente incompatível com a renda e os bens declarados.
A ação contou com a participação do Ministério da Justiça e Segurança Pública, da Interpol e de 170 agentes de segurança pública dos estados onde ocorreram os cumprimentos dos mandatos de buscas e prisões.