"É muito cedo para a gente falar em adiar ou suspender o Enem", diz Weintraub
Mais de três milhões de estudantes já se inscreveram no exame
Foto: Agência Brasil
O ministro da educação, Abraham Weintraub, disse nesta sexta-feira (15), em entrevista à CNN Brasil, que ainda é cedo para falar em adiar o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e que “quem não tem internet em casa não consegue nem fazer a inscrição”. Segundo ele, é necessário esperar, pelo menos, até agosto para analisar os efeitos da pandemia da Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus.
“É muito cedo para a gente falar em adiar ou suspender o Enem porque a prova é em novembro e, a segunda etapa, somente em dezembro. Ainda está muito longe. O que está acontecendo agora são as inscrições”, informou Weintraub.
Ontem (14), o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), informou que pediu ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) o adiamento da aplicação de provas do Enem deste ano, em virtude da pandemia do novo coronavírus, causador da covid-19. Contudo, o ministro da educação assegura que não há risco de saúde durante a realização do exame.
“Já temos a programação para a realização das provas. Em termos de saúde, o Enem deste ano custará mais caro, cerca de R$30 milhões, porque será necessário mais fiscais para acompanhar as avaliações, além de que, as cadeiras precisarão ficar bem distantes uma das outras, o que demanda mais espaço. Eu não vejo riscos de saúde para a realização do exame”, disse.
Ainda durante a entrevista, o ministro foi questionado sobre uma parcela grande da população que poderia ser prejudicada, por não ter acesso às tecnologias, caso o exame não fosse cancelado ou adiado.
“São mais de 3 milhões de inscritos. No Enem digital, que acontece a primeira vez este ano, as 100 mil vagas esgotaram rapidamente. O que pode haver é uma prejudicação dos alunos que estão no último ano do ensino médio ou da população mais pobre. Contudo, o Enem não é feito para corrigir deficiência social. Quem não tem acesso a internet, não conseguem nem fazer a inscrição. É até desumano paralisar ou cancelar o Enem”, concluiu Weintraub.