"É preciso discutir uma política de drogas sem preconceito", afirma Barroso
De acordo com o ministro, a política atual é um desastre
Foto: Reprodução/ Secom TSE
O presidente do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso, afirmou nesta sexta-feira (19), que é necessário que o Brasil enfrente o debate a política de combate às drogas "sem preconceitos". A declaração foi feita durante um painel no Brazil Economic Forum, na Suiça, uma iniciativa de VEJA e do Lide.
"É um desastre a política de drogas no Brasil, nós estamos perdendo a guerra", afirmou. "Nós temos que ser capazes de discutir uma política de drogas sem preconceito, sem posições pré-assumida. Seja quem defende mais repressão, seja quem defende legalização, temos que reconhecer que o que estamos fazendo não está funcionando e está aumentando o poder do tráfico sobre as comunidades pobres", completou.
O ministro reforça que a formulação da política não é de competência do Supremo, mas o tema chega a corte pelo julgamento dos presos. "A política de drogas do Brasil é prender menino pobre com pequena quantidade de droga, o que não serve para nada no combate". De acordo com Barroso, o que está na pauta da corte é a distinção entre o usuário e o traficante.
O julgamento sobre a descriminalização do porte de maconha foi interrompido em agosto do ano passado e deve ser retomado em 2024. Até o momento, o placar está em 5 a 1 pela descriminalização apenas do porte de maconha, em uma quantidade que deve ficar limitada entre 25g a 60g.