Economia cresce 3,5% em 2024, aponta FGV
O PIB brasileiro atingiu R$ 11,655 trilhões em 2024, o maior da série histórica
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Foto: José Cruz/Agência Brasil
A economia brasileira apresentou um crescimento de 3,5% em 2024, segundo dados divulgados pela Fundação Getulio Vargas (FGV) nesta segunda-feira (17). A estimativa foi realizada pelo Monitor do PIB, estudo que traz a prévia do comportamento do PIB, conjunto de todos os bens e serviços produzidos no Brasil.
Em dezembro, o estudo registrou um crescimento de 0,3% em relação a novembro. Já em relação ao terceiro trimestre de 2024, o quarto trimestre obteve uma alta de 0,4%. Mesmo com o crescimento, o estudo apontou uma desaceleração, visto que as altas dos trimestres anteriores haviam sido maiores (1,4% no segundo e 0,8% no terceiro).
No acumulado de 2024, foi registrado um crescimento em todos os componentes da economia, exceto na agropecuária, que apresentou uma queda de 2,5%.
Com o resultado positivo de 2024, o Brasil segue uma sequência de quatro anos com crescimento econômico. A última queda apresentada foi em 2020, com uma redução de 3,3%.
Setores
O consumo das famílias também cresceu em 2024, com uma alta de 5,2% no ano passado. A Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), que representa o investimento em ativos fixos, como compras de máquinas e equipamentos, cresceu 7,6%. Também houve alta nas exportações, com 3,7%.
As importações, que atuam como redutor do PIB por impedir que bens e serviços sejam produzidos no Brasil, cresceram 14,3%.
O PIB brasileiro atingiu um total de R$ 11,655 trilhões em 2024, o maior da série histórica. O PIB per capita de 2024, que divide o total da economia pelo número de habitantes, foi de R$ 56.796, também o maior da série histórica.
Já a produtividade da economia caiu, totalizando R$ 100.699 em 2024, 0,3% abaixo do registrado em 2023 e 3,3% menor que o de 2013, o ponto mais alto já atingido na história.
Previsão para 2025
Por mais que o Brasil tenha apresentado um crescimento na economia em 2024, economistas apontam que 2025 será um ano de desafios para o setor econômico. Juros elevados e imposições tarifárias poderão ser empecilhos para a atividade econômica.
O Brasil enfrenta uma trajetória de alta da taxa básica de juros, a Selic, desde setembro de 2024. Quando os juros estão maiores, maior é o potencial de desacelerar a inflação. Porém, pode resultar na desestimulação nos investimentos e crescimento da economia. Atualmente, a Selic está em 13,25% ao ano.
Por conta da inflação, o Comitê de Política Monetária (Copom) prevê mais um aumento de um ponto percentual em março deste ano.