Economistas e ecólogos tentam calcular o valor monetário da Amazônia brasileira
A floresta possui 340 milhões de hectares intacta ocupando quase a metade do território brasileiro
Foto: Victor Soares / Agência Brasil
Economistas e ecólogos estão tentando calcular o valor monetário dos serviços que o meio ambiente oferece aos humanos, como forma de provar que isso pode contribuir para a economia do planeta. Em especial a Amazônia brasileira que possui hoje 340 milhões de hectares de floresta ainda intacta ocupando quase a metade do território brasileiro.
O objetivo é que esses estudos auxiliem os brasileiros na busca de atividades econômicas sustentáveis baseadas em um conhecimento profundo do potencial da floresta. Para que ela renda ainda mais dólares em pé.
Segundo eles, a floresta contribuía com mais de um terço das exportações brasileiras e rivalizava com a lavoura do café no período sem que uma árvore fosse derrubada.
Um deles é o estudo global macroeconômico Changes in the Global Value of Ecosystem Services, feito pelo americano Robert Constanza, pioneiro em estudos de precificação dos serviços oferecidos pela natureza.
Publicado em 2014, esse estudo calcula o valor de diferentes tipos de biomas, entre eles, as florestas tropicais. Segundo os cálculos, a Amazônia brasileira rende ao país (e ao mundo), anualmente, cerca de US$ 1,83 trilhão (R$ 7,67 trilhões) por ano em valor bruto, ou R$ 7,7 (R$ 32,2) trilhões na cotação atual. Isso é mais do que o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, que foi de R$ 6,8 (R$ 28,5) trilhões em 2018.
Já outro estudo mais recente publicado em novembro de 2018, chamado Valoração Espacialmente Explícita dos Serviços Ecossistêmicos da Floresta Amazônica Brasileira, liderado pelo modelador ambiental Britaldo Soares Filho, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) mostrou um número de serviços que a Amazônia oferece.
O estudo concluiu, que o valor somado de diferentes serviços pode chegar, em determinadas áreas, a US$ 737 (R$ 3 mil) por hectare por ano. Esse valor é superior à renda gerada pela pecuária de baixa produtividade praticada na Amazônia, cerca de US$ 40 (R$ 167) por hectare por ano, segundo os pesquisadores.