Edmundo González, opositor de Maduro, pede asilo político à Espanha e deixa a Venezuela
Opositor era alvo de mandado de prisão por crimes eleitorais
Foto: Reprodução
O ex-candidato à Presidência da Venezuela, Edmundo González, deixou o país na noite de sábado (7) rumo à Espanha, após solicitar asilo político. A informação foi confirmada pelo ministro das Relações Exteriores da Espanha, José Manuel Albares.
González representou a oposição na Venezuela contra o presidente Nicolás Maduro. Ele era alvo de um mandado de prisão solicitado pelo Ministério Público e aceito pela Justiça venezuelana no dia dois deste mês.
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De acordo com José Manuel Albares, González embarcou em um voo da Força Aérea espanhola. Conforme a agência Reuters, Albares afirmou pela rede social X que "o governo da Espanha está comprometido com os direitos políticos e a integridade física de todos os venezuelanos."
A vice-presidente da Venezuela, Delcy Rodríguez, disse que González deixou o país com o aval do governo venezuelano. Segundo ela, "após os contatos entre os dois governos e o cumprimento dos trâmites legais, a Venezuela concedeu os salvo-condutos necessários para garantir a tranquilidade e a paz política no país."
Rodríguez destacou que o candidato estava "há vários dias" refugiado na embaixada da Espanha em Caracas, capital da Venezuela, e havia solicitado asilo político por ser alvo de um mandado de prisão.
O grupo de González garante que ele venceu o pleito com ampla vantagem com base nas atas impressas pelas urnas eletrônicas. No entanto, as autoridades eleitorais anunciaram Nicolás Maduro como presidente reeleito.
A oposição publicou cerca de 80% das atas eleitorais em um site, o que comprovaria a vitória de González. A Organização das Nações Unidas (ONU) apontou que os documentos são verdadeiros. Por outro lado, o Ministério Público disse que as atas são falsas e pediu a prisão de González.
González é investigado por crimes como usurpação de funções da autoridade eleitoral, falsificação de documentos oficiais, incitação de atividades ilegais, sabotagem de sistemas e associação criminosa.
Ele estava escondido há mais de um mês e era considerado foragido. Em uma carta enviada ao Ministério Público ele afirmou que não ia se apresentar, pois considera que o processo contra ele não tem fundamento legal.