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Eleições 2026: cientista político diz que direita pode se fortalecer ou fragmentar após condenação de Bolsonaro

Em entrevista ao Farol, João Vitor Vilas Boas analisou como decisão do STF pode impactar disputa presidencial

Por Ane Catarine Lima
Às

Atualizado
Eleições 2026: cientista político diz que direita pode se fortalecer ou fragmentar após condenação de Bolsonaro

Foto: Agência Brasil/Lula Marques

O cientista político João Vitor Vilas Boas afirmou neste sábado (13), em entrevista ao Farol da Bahia, que a decisão da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) de condenar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por liderar uma organização criminosa que tentou impedir a posse de um governo eleito democraticamente pode impactar diretamente o desempenho da direita brasileira nas eleições de 2026.

Segundo ele, dois cenários estão colocados. O primeiro é de fortalecimento da oposição ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), caso a direita consiga agir rapidamente para unificar e consolidar um único nome que substitua Bolsonaro nas urnas.

“A analogia com o PT em 2018 é pertinente: quando Lula foi impedido de concorrer [porque foi preso], houve um vácuo de liderança e o nome de Fernando Haddad demorou a ser consolidado, o que custou preciosos pontos na disputa eleitoral. No caso da direita, se houver uma resposta ágil, com a construção de uma candidatura de consenso dentro do campo conservador, ela pode até sair fortalecida”, avaliou.

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Outro fator que pode favorecer a direita, segundo o cientista político, é o discurso de perseguição política contra Bolsonaro.

“Esse discurso transforma Bolsonaro em mártir político. Esse tipo de narrativa tem apelo em segmentos significativos da população, sobretudo aqueles que se sentem à margem das decisões do grupo dominante que controla a política”, disse.

Foto: Reprodução/Redes Sociais (Vitor Vilas Boas)

O segundo cenário, no entanto, é de enfraquecimento. Para Vilas Boas, a direita bolsonarista pode se fragmentar caso não haja consenso e rapidez na construção de uma candidatura e de uma narrativa sólida até as próximas eleições.

“A extrema direita chega fragilizada se não for capaz de estancar rapidamente a sangria provocada pela prisão de Bolsonaro. (...) Se insistir em um personalismo vazio, sem projeto nacional claro ou coordenação estratégica, corre o risco de fragmentação. Partidos e movimentos personalistas tendem a se esvaziar quando sua figura central desaparece ou perde capacidade de articulação”, afirmou.

Tarcísio é aposta da direita

Questionado sobre qual seria o melhor nome para unificar a direita e herdar o capital político de Jair Bolsonaro, o cientista político Vitor Vilas Boas apontou o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), como o que tem o perfil mais adequado.

“Tarcísio se apresenta como o melhor nome, porém precisa conciliar duas tangentes: a conquista do eleitor moderado, que não gostaria de reviver a polarização política, e, por outro lado, a missão de herdar a herança política de Bolsonaro. Para isso, talvez a melhor alternativa seja apresentar como vice alguém da família Bolsonaro”, concluiu.

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