Governo Lula libera R$ 3,2 bilhões em emendas durante julgamento de Bolsonaro no STF
Maior parte dos recursos foi destinada a emendas individuais

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
O governo federal acelerou a liberação de emendas parlamentares durante o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Supremo Tribunal Federal (STF). Desde o início da análise do caso, foram pagos R$ 3,2 bilhões, principalmente na semana em que ocorreram as condenações.
Na última terça-feira (9), quando a Corte retomou os votos dos ministros, o Executivo liberou R$ 2,3 bilhões, maior volume em um único dia em 2025. Segundo dados oficiais analisados pelo Metrópoles, este é o 9º maior repasse da série histórica em termos nominais, sem considerar a inflação. O recorde foi em 13 de dezembro de 2024, com R$ 5,8 bilhões.
Do total pago nas duas semanas de julgamento, R$ 2,9 bilhões (91,3%) correspondem a emendas individuais, que costumam gerar retorno político direto aos parlamentares. O restante foi distribuído em emendas de bancadas estaduais (R$ 142 milhões), comissões temáticas (R$ 80,8 milhões) e relatoria do Orçamento (R$ 60,2 milhões).
A movimentação ocorre em meio ao avanço de uma proposta de anistia aos condenados por tentativa de golpe de Estado. O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), estuda levar o projeto a plenário. Parte do Centrão apoia a votação, enquanto outro grupo defende derrotar a medida de forma definitiva. O governo busca fortalecer a segunda ala e assegurar maioria contra a proposta.
A escassez de emendas vinha gerando dificuldades políticas ao Planalto. Um exemplo foi a derrota na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) sobre fraudes no INSS, quando a oposição articulou com setores do Centrão e conseguiu barrar os nomes indicados pelo governo para a presidência e relatoria do colegiado.