Eleições: candidato a deputado federal bate recorde com 91 perfis em redes sociais

O engenheiro de produção Bruno Ganem (Podemos), que está no segunda mandato de deputado estadual por São Paulo e é candidato a federal, repete nas eleições deste ano uma estratégia eleitoral adotada no pleito de 2018. O candidato irá apostar na criação massiva de redes sociais.

Com 91 páginas divididas entre Facebook e Instagram, o político foi o que mais registrou perfis em alguma plataforma social no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). São 20 a mais em relação a 2018, quando recebeu 106 mil votos.

Em segundo lugar na lista com mais perfis em redes sociais, aparece a candidata Clarice Ganem (Podemos-SP), que concorre ao cargo de deputada estadual e soma 81 redes sociais. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) completa o top 3, com 42 perfis. São 29 a mais do que Jair Bolsonaro (PL) — que teve o uso das redes como uma das principais estratégias em 2018.

De acordo com um levantamento realizado pelo professor de Ciência Política da UFPR (Universidade Federal do Paraná) Emerson Cervi, dos 28,2 mil que concorrem a algum cargo este ano, 14,1 mil não informaram qualquer rede social ao TSE.

Cervi afirma que há duas implicações para o ocorrido. A primeira é a não obrigatoriedade de registrar algum perfil oficial na Justiça Eleitoral. A outra motivação seria o direcionamento da própria campanha. Se o candidato foca nos eleitores de regiões interioranas, a tendência é priorizar o contato "corpo a corpo" e não através das redes.

Dados compilados por Cervi ainda mostram que, para presidente, todos os 12 candidatos registraram pelo menos uma rede social. Mas, para o cargo de governador, 84 dos 139 não informaram nenhum endereço eletrônico oficial em alguma plataforma. "Isso explica o fato de termos 28 mil candidatos registrados, com 35 mil redes registradas, mesmo com 14 mil deles sem registro de nenhuma", ratifica.

Preferências dos candidatos

Segundo dados disponibilizados pelo TSE, com informações da Tilt, ao todo, 35.059 redes sociais foram informadas pelos candidatos em 2022. As mais citadas são Facebook e Instagram, que correspondem a 26.985 dos registros no TSE, seguidas pelo Twitter e YouTube. O TikTok completa o ranking dos cinco primeiros.

A escolha dos candidatos pelo Facebook e Instagram está alinhada com a preferência dos eleitores para acompanhar política. As duas foram as mais citadas no levantamento "A cara da democracia", realizado pelas UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), Uerj (Universidade do Rio de Janeiro), Unicamp (Universidade de Campinas) e UnB (Universidade de Brasília).

No estudo, o Facebook foi citado por 33% dos eleitores entrevistados, seguido do Instagram (16%), YouTube (12%), WhatsApp (10%), Twitter (3%), TikTok (1%) e Telegram (1%). 

Confira o ranking das redes sociais mais usadas pelos candidatos :

Facebook - 13.833 
Instagram - 13.152 
Twitter - 3.243 
YouTube - 2.223 
TikTok - 2.133 
Telegram - 204 
Kwai - 159 
WhatsApp - 112