Eleições da França: cai diferença entre Le Pen e Macron
Pesquisa também aponta para aumento do número de abstenções

Foto: Reprodução/Twitter
A pesquisa OpinionWay-Kea Partners, publicada por Les Echos e Radio Classique nesta terça-feira (12), mostrou que caiu a diferença entre os candidatos à presidência da França Le Pen e Macron. Com isso, a candidata da extrema-direita diminui a diferença em um ponto para o presidente francês, que ainda vence o segundo turno com 54% dos votos.
Também foi analisada a estimativa de participação dos eleitores franceses, que caiu para os 70%. Em 2017, a taxa de 74,56% foi considerada a menor desde 1969.
Até então, quatro candidatos que disputam o primeiro turno, Jean-Luc Mélenchon, Anna Hidalgo, Valerie Pecresse e Yannick Jadot, declararam oposição a Le Pen no segundo turno. Mélenchon, apesar de não ter declarado explicitamente apoio a Macron, disse a seus apoiadores que “não deve haver um único voto para Le Pen no segundo turno”.
O ex-presidente e conservador Nicolas Sarkozy declarou apoio total a Macron. “Acho que ele tem a experiência necessária, pois enfrentamos uma profunda crise internacional, mais complexa do que nunca”, disse em nota publicada nas redes sociais.
A subida de Le Pen
O atual presidente da França, Emmanuel Macron, estava liderando com folga a disputa à presidência, prestes a tornar-se o primeiro presidente reeleito ao mandato de 5 anos em 20 anos. Entretanto, pesquisas recentes mostram que a candidata da direita Le Pen, em sua terceira tentativa de tornar-se presidente, está reduzindo a diferença de pontos para Macron.
Para a campanha de 2022, a candidata adotou uma postura mais moderada para a direita, deixando as ideias mais radicais para o ultradireitista Eric Zemmour, um comentarista de TV que se define como “nostálgico e reacionário”, ao pregar que França e Islã são incompatíveis.
A candidata tem apostado em discursos voltados para o aumento do custo de vida, corte de impostos e na aposentadoria aos 62 anos, três a menos da idade defendida por Macron. Além disso, Le Pen se manteve longe da guerra. A direitista permanece com as promessas de restringir imigrações, proibir o véu muçulmano em espaços públicos e priorizar franceses na obtenção de moradia e emprego, mas reciclou essas ideias nas questões que conversam com os franceses.
Em contrapartida, a crise que se estabeleceu após a invasão da Rússia à Ucrânia impactou a popularidade e os votos de Macron, devido à inflação crescente e a falta de perspectiva do fim da guerra.