Em Candeias, SDE confirma prática de grilagem por irmão de vereador

A Secretária de Desenvolvimento Econômico da Bahia (SDE) teve um de seus terrenos no município de Candeias, Região Metropolitana de Salvador, tomado por grileiro. O Farol da Bahia teve acesso exclusivo à denúncia, confirmada pelo órgão. 

Reigildo Soares Nunes, mais conhecido como Didola, é irmão do vereador da cidade, Gil Soares e acumula crimes, que vão desde usurpação da terra pública a tentativa de homicídio.

A prática vem da descrição de uma ação antiga de envelhecer documentos forjados para conseguir a posse de determinada área. 

Recentemente, o terreno de propriedade do Estado da Bahia foi grilado por Reigildo. A área, que fica atrás de uma fábrica de fertilizantes passou a ser local de despejo de material contaminante do solo. 

Em abril de 2020, o Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos ( Inema) recebeu a denúncia que apontava o que estava acontecendo na localidade.

"A empresa Socic Armazéns Gerais vem realizando despejo de composição química desconhecida em vegetação que margeia a Via Matoim, em Candeias".

A denúncia diz ainda que a empresa, de propriedade de Reigildo Soares, estaria cobrindo a área contaminada com terra, na tentativa de encobrir o crime ambiental.

A SDE, no entanto, só tomou conhecimento do caso após envio de denúncia por parte da Associação de Empresas do Centro Industrial de Aratu. 

Procurada pelo Farol da Bahia, a Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado (SDE) informou que já realizou fiscalização in loco na área mencionada. "A poligonal é denominada Fazenda Jacarecanga, no município de Candeias. A Comissão de Identificação dos Imóveis Ocupados Indevidamente, instituída pela Portaria 006/2020, foi acionada para intervir com urgência, notificando o infrator e realizando o isolamento da área", diz o comunicado.

Sobre o despejo de material contaminante, o órgão informou que "já identificou o descarte indevido de resíduos de construção civil no local, fato que pressupõe intenção de aterramento para futuras instalações, sem a anuência da Superintendência de Desenvolvimento Produtivo (Sudep), setor da Secretaria responsável pela gestão das áreas industriais". 

"A SDE reforça que já abriu processo administrativo e está adotando todas as medidas cabíveis para solucionar a questão de forma célere. E destaca que essa é outras áreas de gestão da pasta são reservadas à atração de investimentos que desejam implantar unidades fabris e industriais na Bahia, gerando emprego e renda", completa a nota.