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Em carta, Trump ameaça sair da OMS

Presidente americano tem tido relação conturbada com entidade

Por Da Redação
Ás

Em carta, Trump ameaça sair da OMS

Foto: Pool / Getty Images

Em meio à Assembleia Mundial da Saúde, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump fez uma carta à Organização Mundial da Saúde (OMS) em que ameaça sair definitivamente da entidade. O motivo seria a resposta da OMS à crise do novo coronavírus e a proximidade com o governo chinês. 

Na carta, Trump alertou que se não houver uma reforma imediata da entidade de Saúde e um processo iniciado nos próximos 30 dias, haverá um congelamento dos repasses para a organização. Ele ainda indica que irá reconsiderar a participação americana na agência internacional. 

"Se a OMS não se comprometer a melhorias significativas nos próximos 30 dias, eu tornarei permanente a minha suspensão temporária dos aportes dos EUA à OMS e reavaliarei nossa participação na organização", escreveu o americano ao diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus. 

Na última segunda-feira (18), Trump chamou a OMS de "fantoche da China". Os ataques e pressão ocorrem no momento em que Pequim anuncia US$ 2 bilhões em ajuda para a luta contra a pandemia no mundo e dezenas de países saem em apoio à OMS. 

Na OMS, uma resolução será submetida ao voto nesta terça-feira (19), pedindo que uma reforma seja realizada. Mas o texto do documento não cita prazos, enquanto a pressão da Europa, China e da ONU é para que as mudanças sejam iniciadas apenas depois de o vírus ter sido controlado. 

Dentro da entidade de saúde, as ameaças de Trump são consideradas como um esforço da Casa Branca de encontrar um culpado pelas mortes de 90 mil americanos pelo vírus, um número superior à guerra do Vietnã e da Coreia. 

O diretor-geral da OMS, Tedros Ghebreyesus, prometeu ontem iniciar uma investigação sobre a resposta da entidade à pandemia. Mas não deu datas e ainda indicou que os alertas foram soados no momento certo, quando existiam fora da China apenas 82 casos e nenhuma morte. 

A auditoria afirma que esse não é o momento de fazer a reforma na OMS, sob o risco de ver o combate contra o vírus perder o foco.

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