Em evento com magistrados, Barroso defende 'caminho do meio' para salvar a nação
Barroso foi homenageado pela Escola de Magistratura do RJ

Foto: Rosane Naylor / EMERJ
O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), foi homenageado na noite desta sexta-feira (29) pela Escola de Magistratura do Estado do Rio ( Emerj ) no Tribunal de Justiça do Rio. Durante seu discurso afirmou que o país passa por um momento difícil, “polarizado, dividido e raivoso”. A solução para isso, segundo ele, é achar um caminho do meio.
“Nós estamos em um Brasil polarizado, divido e raivoso, e nós devemos nos posicionar para um caminho do meio”, destacou.
Barroso propôs a criação de três pactos: da integridade, antes mesmo do ideologia; da responsabilidade fiscal, econômica e social; e pela educação básica. Segundo o magistrado, “somente o consenso seria capaz de alcançar essas três metas e resgatar o país do que chamou de uma “tempestade política, econômica e ética”, disse.
Apesar disso, Barroso afirmou ter uma visão positiva para o futuro do país, que vive, em suas palavras, um “processo doloroso de transformação”:
“Não havia como o Brasil se tornar verdadeiramente desenvolvido com os valores de ética sucateados. O Brasil está vivendo as dores de uma transformação histórica necessária e indispensável”, pontuou.
Para explicar esse período de mudança, Barroso cita a frase do filósofo e político italiano Antonio Gramsci: “O velho está morrendo e o novo ainda não nasceu. E o complemento da frase é que entre uma coisa e outra surge uma grande variedade de situações mórbidas. Eu acho que essa tempestade que o país está vivendo é esse processo de transição entre o velho e o novo”, acrescentou.
O ministro comentou ainda sobre o papel do STF nessa mudança. De acordo com o jurista, a Corte foi chamada para decidir sobre questões fora do aspecto judiciário, mas que, por mais tenha tido divergências, trouxe avanços para a sociedade.
“O Supremo deve posições divididas em matérias de enfrentamento da corrupção. Algumas decisões em que infelizmente não prevaleceu o que eu achava melhor para o país. Porém, em outras matérias como proteção dos direitos fundamentais e das regras do jogo democrático, o Supremo tem andando munido, e acho que uma garantia de estabilidade para a democracia brasileira”, concluiu.