Em ligação para Pacheco, Barroso diz que cometeu 'ato falho' ao citar bolsonarismo
Declaração do ministro do STF aconteceu nesta quarta (12) em evento na Universidade de Brasília
Foto: Pedro Gontijo/Senado Federal e Antonio Augusto/TSE
O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), ligou para o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), nesta quinta-feira (13), para se retratar de uma fala em que afirmou que o "bolsonarismo" foi derrotado.
Segundo a TV Globo, Barroso afirmou, na ligação, que o objetivo era usar o termo "extremismo" em vez de "bolsonarismo". O ministro reconheceu que a fala foi "equivocada" e que cometeu um "ato falho".
A declaração de Barroso aconteceu na quarta (12) durante um congresso realizado pela União Nacional dos Estudantes (UNE), na Universidade de Brasília (UnB). "Nós derrotamos a censura, nós derrotamos a tortura, nós derrotamos o bolsonarismo, para permitir a democracia e a manifestação livre de todas as pessoas", afirmou o ministro na ocasião.
Pacheco fez um pronunciamento no Senado nesta quinta e considerou que a declaração do magistrado foi "inadequada, inoportuna e infeliz" e solicitou uma retratação por parte do ministro.
"A presença do ministro num evento de natureza política, com uma fala de natureza política é algo que reputo infeliz, inadequado, inoportuno e o que espero é que haja por parte do ministro uma reflexão, uma retratação no alto da sua cadeira de ministro do STF e prestes a assumir a presidência da Suprema Corte", disse o senador.
Minutos depois da entrevista de Pacheco, Barroso ligou para ele. O ministro também publicou em uma rede social: "Jamais pretendi ofender os 58 milhões de eleitores do ex-Presidente nem criticar uma visão de mundo conservadora e democrática, que é legítima. Tenho o maior respeito por todos os eleitores e por todos os políticos democratas, sejam eles conservadores, liberais ou progressistas".
Uma das competências do Senado é analisar pedidos de impeachment contra ministros do STF. Durante a coletiva, Pacheco informou que um grupo de senadores está recolhendo assinaturas para formalizar um pedido.
De acordo com o g1, Pacheco disse ainda, na entrevista coletiva, que a fala do ministro pode ser interpretada como "causa de impedimento ou de suspeição" no julgamento de processos, mas que não cabia a ele, como presidente do Senado, fazer esta análise.
Luís Roberto Barroso será o próximo presidente do STF, após o término do mandato da ministra Rosa Weber, em outubro.