Em nota, Brasil manifesta surpresa com críticas da Venezuela ao governo Lula
Documento foi divulgado nesta sexta-feira (1)
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
O Itamaraty publicou uma nota após os ataques da Venezuela ao presidente Lula (PT) e a diplomatas brasileiros, devido os países estarem envolvidos no bloqueio da entrada no Brics, bloco dos países emergentes. Na mensagem, o Brasil relatou os ataques como "tom ofensivo" as declarações dadas pelo presidente Nicolás Maduro contra o presidente da República, Lula, diplomatas brasileiros e assessores do Palácio do Planalto.
O documento foi divulgado nesta sexta-feira (1), para relatar o caso e informar que não gostou dos ataques de Maduro direcionados ao Brasil. "A opção por ataques pessoais e escaladas retóricas, em substituição aos canais políticos e diplomáticos, não corresponde à forma respeitosa com que o governo brasileiro trata a Venezuela e o seu povo", se posicionou o governo brasileiro, que ressaltou respeitar "plenamente a soberania de cada país".
Caso Brics
A Venezuela agravou a crise diplomática ao convocar o embaixador do país no Brasil durante essa semana, onde relatou que o assessor especial da Presidência para Assuntos Internacionais, Celso Amorim, atua como "um mensageiro do imperialismo norte-americano".
A "treta" dos dois países teve início quando o Brasil não reconheceu a vitória de Nicolás Maduro nas eleições do país em julho. A vitória foi confirmada por órgão eleitorais venezuelanos que são alinhados a Maduro. Em seguida, o Brasil foi contra a e entrada da Venezuela no Brics, o bloco dos países emergentes. Maduro cobrou que Lula se pronunciasse sobre a posição contrária.
Confira a nota:
"O governo brasileiro constata com surpresa o tom ofensivo adotado por manifestações de autoridades venezuelanas em relação ao Brasil e aos seus símbolos nacionais.
A opção por ataques pessoais e escaladas retóricas, em substituição aos canais políticos e diplomáticos, não corresponde à forma respeitosa com que o governo brasileiro trata a Venezuela e o seu povo.
O Brasil sempre teve muito apreço ao princípio da não-intervenção e respeita plenamente a soberania de cada país e em especial a de seus vizinhos.
O interesse do governo brasileiro sobre o processo eleitoral venezuelano decorre, entre outros fatores, da condição de testemunha dos Acordos de Barbados, para o qual foi convidado, assim como para o acompanhamento do pleito de 28 de julho.
O governo brasileiro segue convicto de que parcerias devem ser baseadas no diálogo franco, no respeito às diferenças e no entendimento mútuo."