Em Paris, Lula critica dispositivo do acordo Mercosul-UE

Ao lado do presidente francês Emmanuel Macron, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) expressou sua preocupação em relação a um dispositivo do acordo entre o Mercosul e a União Europeia que prevê sanções em caso de descumprimentos de obrigações por parte dos países envolvidos.

"Eu estou doido para fazer um acordo com a União Europeia. Mas não é possível, a carta adicional que foi feita pela União Europeia não permite que se faça um acordo. Nós vamos fazer a resposta, e vamos mandar a resposta, mas é preciso que a gente comece a discutir. Não é possível que nós temos uma parceira estratégica, e haja uma carta adicional que faça ameaça a um parceiro estratégico.", declarou o presidente. 

A União Europeia enviou ao Mercosul um documento contendo "instrumentos adicionais" a serem acrescentados ao acordo, e é exatamente esses instrumentos que Lula classificou como uma ameaça.

No discurso, o presidente também destacou a importância da preservação da Floresta Amazônica. Ele argumentou que os países que foram responsáveis pela revolução industrial e que hoje são potências na Europa possuem uma "dívida histórica" devido à poluição gerada no planeta.

Lula defendeu que esses países têm a responsabilidade de financiar ações de preservação ambiental em nações em desenvolvimento, como é o caso do Brasil.

O Presidente encontra-se em Paris desde quinta-feira (22), após cumprir uma série de compromissos em Roma e no Vaticano, onde se encontrou com o Papa Francisco e importantes líderes políticos italianos.