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Em petição, Americanas acusa Bradesco e ex-CEO Miguel Gutierrez de conluio contra empresa

Documento de 34 páginas é resposta a acusações do executivo

Por Da Redação
Ás

Em petição, Americanas acusa Bradesco e ex-CEO Miguel Gutierrez de conluio contra empresa

Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

A Americanas protocolou uma petição na Justiça de São Paulo em torno das responsabilidades pelo rombo contábil de mais de R$ 20 bilhões nas contas da varejista, que foi revelado em janeiro deste ano. As informações são da coluna Malu Gaspar, do jornal O GLOBO.   

O documento conta com 34 páginas e é uma resposta às petições protocoladas pelo Bradesco e pelo ex-CEO Miguel Gutierrez, e a acusações feitas pelo executivo na CPI das Americanas. 

Na petição, a empresa acusa o banco e o executivo de conluio para atacá-los, e apresenta cópias de e-mails obtidos pela investigação interna sobre a fraude.

Gutierrez ironiza os questionamentos da auditoria interna da companhia sobre os dados do terceiro trimestre e discute com executivos como responder as perguntas sobre o mesmo assunto do CEO, que se preparava para substituí-lo, Sergio Rial. 

Nos prints apresentados, a empresa, que afirma ser do aparelho corporativo de Gutierrez, sustenta que, ao contrário do que disse à CPI das Americanas, ele não era um "CEO dos CEOs". Segundo a varejista, o executivo não acompanhava a contabilidade, mas obtinha poder de decisão nas discussões sobre o balanço. 

A Americanas também afirma que a petição é uma forma de sair do corner, depois do executivo registrar uma queixa em uma delegacia de Madri dizendo estar sendo vigiado e que "teme por sua vida e de seus familiares". Gutierrez não compareceu ao depoimento no Brasil alegando motivos de saúde, mas enviou uma carta em que afirma que a empresa promovia o "incentivo ao fanatismo". 

Gutierrez afirmou ainda que não sabia das fraudes porque não conhecia detalhes da contabilidade da empresa, mas apontou o dedo para os acionistas, o trio de bilionários do 3G: Jorge Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira.

No entanto, nos e-mails apresentados pela Americanas à segunda Câmara de direito empresarial do Tribunal de Justiça não discutem as fraudes contábeis, portanto não permitem concluir quem sabia do quê, mas mostram que Gutierrez seguia de perto as discussões prévias ao balanço.

Numa troca de mensagens que ocorreu na manhã de 27 de dezembro de 2022, Gutierrez é consultado pelo então diretor financeiro da B2W, Fabio Abrate, sobre uma lista de perguntas enviada por Rial, que estava para assumir como CEO, a respeito de uma antecipação de pagamento de debêntures.

Rial queria saber, entre outras coisas, se o resultado do 4o trimestre, que estava para ser fechado, acionaria algum gatilho de execução de garantias das debêntures. Isso porque a empresa vinha de um terceiro trimestre ruim, com queda nas vendas, "queima de caixa" e crescimento acelerado da dívida. Rial perguntava, ainda, se seria possível demonstrar ao mercado que era um resultado "atípico e transitório".

Abrate, então, encaminha a mensagem para alguns diretores, e Miguel Gutierrez questiona ao grupo: "Vamos tratar com ele, ou deixa para depois?". Abrate diz que a discussão pode ajudar a "elucidar o tema", mas "vai precipitar a conversa do 4o trimestre". A seguir, coloca alguns complicadores e encerra: "Levaríamos o material anexo para explicar. Veja o que acha". Gutierrez responde: "E se não levar nada. Só na conversa e caso seja demandado apresenta?" Abrate concorda: "Acho que funciona. Obrigada".

A discussão sobre esse assunto só aconteceria de fato em janeiro, quando Gutierrez já não estava na companhia.

Em outro e-mail, de 5 de novembro de 2022, Gutierrez recebe os questionamentos da coordenadora do comitê de auditoria, Vanessa Lopes, também sobre os resultados do 3o trimestre, e ironiza: "Mar de comentários para variar…"

No caso do Bradesco, a empresa afirma que o banco fez uma "jogada milimetricamente combinada" com o ex-CEO. "Logo após a petição do Bradesco, numa jogada milimetricamente combinada, Miguel Gutierrez apresentou sua manifestação respondendo à petição do agravado (o Bradesco) e juntando uma declaração (supostamente por ele escrita) em que buscaria tornar 'públicos os esclarecimentos necessários a se desfazer integralmente as aleivosias e os ataques reiteradamente realizados sem qualquer lastro probatório.'”

O ex-CEO Miguel Gutierrez e o banco Bradesco não comentaram sobre as acusações da petição feita pela Americanas. 

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