Em placar de 2x0, Dino e Moraes votam para manter prisão de Bolsonaro
Os ministros Cármen Lúcia e Cristiano Zanin têm até as 20h desta segunda-feira (24) para registrar os votos

Foto: Agência Brasil | Rosinei Coutinho/SCO/STF | Agência Brasil/Marcelo Camargo | Lula Marques / Agência Brasil
Os ministros que integram a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes e Flávio Dino, já manifestaram seus votos a favor da manutenção da prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), na manhã desta segunda-feira (24).
Bolsonaro foi preso pela Polícia Federal na manhã de sábado (22) e levado para a sede regional da corporação em Brasília. Diante da prisão, foi estipulado um prazo que se encerra às 20h desta segunda-feira, para que os ministros votassem sobre a manutenção ou rejeição da prisão do ex-presidente.
Com os votos de Moraes e Dino, e a saída de Luiz Fux, único ministro que costumava apresentar votos contrários ao colegiado, faltam os votos dos ministros Cármen Lúcia e Cristiano Zanin, que devem votar pela unanimidade da manutenção da prisão.
Moraes foi o primeiro a votar a favor da prisão, ao alegar que Bolsonaro é "reiterante" no descumprimento de medidas cautelares e violou de forma "dolosa e conscientemente" a tornozeleira eletrônica.
O responsável pela decisão que prendeu Bolsonaro ainda citou a confissão de Bolsonaro, que relatou ter mexido no equipamento, o que para o ministro, evidencia um "cometimento de falta grave, ostensivo descumprimento da medida cautelar e patente desrespeito à Justiça".
Dino seguiu a mesma linha de raciocínio que Moraes e fez referência a violação da tornozeleira ao votar a favor da manutenção da prisão. Além da violação da tornozeleira, Dino ainda citou a convocação da vigília por parte do filho do ex-presidente e destacou a possibilidade de um plano de fuga, assim como aliados: Carla Zambelli, Alexandre Ramagem e Eduardo Bolsonaro.
Ainda sobre a vigília, Dino afirmou que as reuniões ocorrem de forma "descontrolada", o que pode contribuir ao risco de violação de propriedades, de confrontos e de repetição dos atos vistos no 8 de janeiro, processo em que Bolsonaro é réu por ser acusado de liderar ataque ao estado democrático.
"Se os propósitos fossem apenas religiosos, a análise poderia ser diversa, mas lamentavelmente a realidade tem demonstrado outra configuração, com retóricas de guerra, ódios, cenas de confrontos físicos etc" disse Dino sobre vigília.
O caso é analisado em plenário virtual, modelo no qual não há discussão entre os ministros. Carmem Lúcia e Cristiano Zanin podem registrar os designados votos até as 20h.
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